HUMILDADE VERSUS ARROGÂNCIA
“O país está melhor, não pode fazer com que percamos a
humildade de saber que, mesmo quando o País está melhor, há erros que se
cometem e há que ter a humildade de os saber corrigir" (Dr António Costa – primeiro ministro)
Chegou o “tempo da humildade” – está aí o “chamado período eleitoral autárquico”!
Na verdade, repete-se cada vez mais por todo o lado, e já são raras as
excepções. Chegou o momento da “chamada caça ao voto”, os beijos, apertos de
mão, abraços, só sorrisos, o que contrasta “com a chegada ao poder”, quando
surgem as “prévias marcações”, as dificuldades de “falar com os munícipes”, ou
seja surgem os sintomas da “arrogância” daqueles que julgam ter o eleitorado no
bolso e se dão mal, mais tarde ou mais cedo com a essa “arrogância”. Como dizia
alguém “devemos, todos, ter isso bem
presente, porque os partidos nunca são donos dos eleitores”. Claro que há raras
excepções! Convenhamos, que um “político” que só olha para cima e
para si mesmo, só pode ver estrelas e mais nada. Com certeza, cedo ou tarde,
irá tropeçar em seus próprios pés e cair do pedestal.
O arrogante causa repulsa, o humilde a
atracção. Pessoas arrogantes ocupam-se de si mesmos, já os humildes ocupassem
de servir os outros. No final, o arrogante sempre acaba sozinho de frente do
espelho, e o humilde cercado de seguidores.
Em
qualquer actividade política o homem tem que saber a hora certa para tomar a
decisão. Napoleão Bonaparte disse que “o
pior momento da política é o momento da vitória. Vaidade e arrogância em
política são a véspera do fracasso.”
Nestes
tempos em que, toda a gente pode ter, acesso a todos os
meios de informação para formar a sua opinião, nomeadamente através da Internet
que quase toda a gente usa, com maior ou menor responsabilidade e, que todos os
políticos, nomeadamente os autarcas não dispensam, e em que o modelo e sistema político em que vivemos, a política e as
respectivas eleições autárquicas deveriam constituir o exemplo mais sólido de
democracia participativa, porque na nossa opinião é no poder autárquico que
reside a maior atractividade à participação dos cidadãos na política e no
exercício de direitos e obrigações de cidadania. É no poder e intervenção local
que a política de proximidade se faz sentir e se constrói parte muito
significativa do quotidiano daqueles que vivem, trabalham ou visitam
determinada região.
E
nestes tempos que a política é feita essencialmente da intervenção da palavra e
da linguagem acessível a todos, também é visível que se instalou um sistema
alimentado de (supostos) factos e contra-factos, os chamados “factos
alternativos”, com omissão dos verdadeiros factos, de provocação e resposta, de
insinuações e intrigas, de conspirações e pré-juízos, de informação “preparada”
por grupos organizados nas redes sociais e propagandas desqualificadas e
demagógicas para “credibilizar” as encenações que entretanto vão alimentando os
“adeptos de cada lado”.
É nestes
cenários que temos que reflectir como é que foi possível, que nas últimas
eleições autárquicas, mais de metade dos cidadãos eleitores que tinham
possibilidade de escolher os seus representantes locais optaram
por não o fazer. Por preguiça? Por falta de oportunidade? Porque o sistema não
os representa ou simplesmente porque não acreditam no sistema? Foi a maior taxa
de abstenção de sempre em Portugal consideradas eleições nacionais. DE QUE VALE O VOTO AFINAL?
O
afastamento dos eleitores em relação à participação política não é tema novo. E
perceber quem são ao certo os abstencionistas destas eleições autárquicas (onde
votariam, em quem deixaram de votar, que impacto tem essa abstenção nos resultados
finais, etc.) requer mais tempo de análise.
Deixo
no entanto aqui uma questão para reflexão: Se quando um cidadão, por exemplo
pretende comprar uma casa, passa meses a estudar os preços e localizações, a
avaliar acessibilidades e perspectivas de valorização, porque não faz o mesmo
quando se trata de eleições? Bem sei que a maior parte vai responder : Mas porque hei-de perder tempo a estudar candidatos cuja eleição depende
não de mim, mas de milhares ou milhões de outros eleitores? Então, vota-se em
quem se conhece superficialmente, e por quem se tem alguma simpatia ou porque
simplesmente é do “nosso clube”! Um
destes dias, o sapo Cocas, ou a porca Piggy ainda é eleito (a)!!!
Em resumo eu diria simplesmente - queremos ter
um Presidente sério, humilde, qualificado, competente e com visão de futuro
para o nosso concelho. Que mais podemos desejar?
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