“Um mundo diferente não pode ser construído por pessoas indiferentes.”(Peter Marshall)
Uma marcha de ambulâncias rompe o silêncio das ruas quase desertas. Uma e logo outra. Quem irá lá dentro? Minutos depois, outra ambulância. Quem irá lá dentro? Daqui a nada, mais sirenes. Quem irá lá dentro? É impossível ficar indiferente.
Amanhã, posso ser eu.
Qualquer um de nós. Na verdade, é o país inteiro que lá vai. Esta noite, não
gosto de ouvir os sons da cidade. Nestes
tempos estranhos, a morte ronda por aí. Está em todo o lado. Cada vez mais
perto. Já não é algo que acontece apenas aos outros. “O que não provoca minha
morte faz com que eu fique mais forte.”(Friedrich Nietzsche)
As estatísticas são
cada vez mais macabras, o medo é uma segunda pele. Vivemos a noite mais longa.
Uma noite que parece não ter fim. Esta
pandemia começou há quase um ano. Mas parece que foi ontem. Nestes dias,
vivemos com o coração nas mãos. Há uma nuvem negra que paira sobre o céu. Antes
de terminar o seu discurso Joe Biden (presidente dos Estados Unidos) citou a Bíblia,
nomeadamente o Salmo 30, recordou que “o choro pode persistir uma noite, mas
de manhã irrompe a alegria”. Nunca mais é o amanhã!
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