O que vai acontecer a seguir? Alguém sabe? Eu…nem sequer
penso nisso..!
Fico até algo
admirado, para não dizer chocado, que alguns “experts em assuntos de
epidemiologia”, fazem previsões de antecipação com o que acontecerá quando sairmos deste
parêntesis de tempo, em que nos vimos envolvidos e socialmente isolados, e se a
nível económico estamos quase paralisados, a nível psicológico sentimos
claramente condicionados por esta chamada “pandemia”, sem sabermos, ninguém nos
consegue explicar, se o vírus vai sofrer
mutações que o tornem mais assassino, ou vamos continuar a conviver com ele até
que a medicina o consiga vencer ou, como outros seus antecessores, simplesmente
desaparece em pouco tempo. E, tudo isto, enquanto a nossa vida parece
escapar-nos como a areia numa mão entreaberta. Como disse Paulo Coelho: “Não
são as explicações que nos levam para frente; é a nossa vontade de seguir
adiante”.
Resumindo
e concluindo, não é qualquer “burro como eu” que consegue perceber estas mentes
de brilho inacessível. Pois, neste momento, em que há algo invisível, que não
escolhe classes sociais, que está a destruir famílias inteiras, que está a
acabar com a economia dos países, a criar desemprego, miséria e fome, e que nem
sequer sabemos se estamos a prepararmo-nos para uma mudança de hábitos que dura
um semestre, uma década ou como aconteceu com a sida, pelo menos uma geração,
todas as especulações me parecem do domínio da ficção científica. Como dizia
uma amigo meu ,“com gente desta, o mundo só está mal por mero masoquismo.”
Entretanto vivemos dias de incerteza e de alguma desconfiança.
Protegemo-nos porque podemos ser uma ameaça para os outros e em simultâneo estes um perigo para nós. Vivemos à distância,
mas a desejar a proximidade daqueles de quem temos mais saudades. Nestes dias
de distanciamento social, ignorando o que pode acontecer ou quando é que tudo vai
acabar e, vão aparecendo estudos de toda a espécie e feitio, para todos os
gostos – toda a gente é especialista em qualquer coisa – são escolhas difíceis nas
redes sociais ou nos poucos jornais, de qualquer modo, pareceu-nos que este
estudo, (do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) e do
Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência) tem
alguma credibilidade cientifica, talvez porque caracteriza bastante da nossa própria
visão , “parece um paradoxo, mas a pandemia que está a paralisar o mundo
está a provocar menos medo nos idosos do que nos jovens, quando os primeiros
são os que correm mais risco de vida. Os mais velhos podem não ter imunidade para o
vírus, mas parecem ter mais imunidade para responder a esta situação nova.
Relativizam mais, porque já enfrentaram outras dificuldades e passaram por
várias crises de saúde pública, como a doença das vacas loucas, a gripe das
aves, o ébola. Para os mais jovens, esta é a primeira grande ameaça e grande
crise das suas vidas, os jovens mostram-se mais tristes e ansiosos. A forma
como este tempo de incerteza se está a reflectir no bem-estar emocional dos
cidadãos é diferente entre gerações”, observa Henrique
Barros, presidente do ISPUP, especialista em saúde pública e epidemiologista
Temos a percepção de que as relações sociais não vão ficar “como
antes desta crise”, pelo menos nos primeiros tempos. A desconfiança que hoje
temos de cada um, a distância que hoje mantemos, o receio de abraçar,
beijar...vai persistir durante algum tempo, pelo menos até que nos esqueçamos
que já andámos de cara tapada, onde até os sorrisos escondemos. E, porque temos
de ter memória, para muitos de nós esta situação aparece-nos como uma repetição
da situação vivida durante o período de 2011-2015, “em que o desemprego dos
filhos e a carência dos netos bateram à porta dos avós, que em simultâneo viam
os seus rendimentos ser surripiados, fanados e eram qualificados de “peste
grisalha”. Nem
tudo vai ser reproduzido mas tudo isto aconteceu. A história, no entanto, é aberta, como todos
sabemos. O que vai acontecer a seguir? Modestamente não sei. “Eu sei que não sou nada e que
talvez nunca tenha tudo. Aparte isso, eu tenho em mim todos os sonhos do
mundo.”(Fernando Pessoa)
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