“Há pessoas que "esperam" que seus sonhos aconteçam... Mas, há outras que os "fazem" acontecer...” (anónimo)
Nós não escolhemos as
pessoas, apenas vivemos os nossos destinos. Escolhemos sim as nossas atitudes e
o nosso destino é traçado em virtude delas. Por isso é que desde sempre tentei
seguir aquele conselho, “rodeia-te de pessoas em quem confias e das que
amas”, pois a confiança é conquistada durante várias e várias conversas, mas
pode ser perdida por uma única palavra – a ilusão constrói-se com o tempo, a
desilusão surge num instante, e será como a “visita da verdade”. Muito
simplisticamente a desilusão é simplesmente parar de confiar e acreditar no que se pensou sobre o “ser” de
outras pessoas. Pois como é uso dizer-se “ninguém se ilude com aqueles que
conhece, mas sim com os que pensa conhecer!” A desilusão nada mais é que a
constatação do óbvio, e que aos nossos olhos, a cortina da ilusão, em certos
momentos, não nos permitiu ver. Como disse Dostoievski, “um acto de confiança dá paz e serenidade.”
Na verdade tenho que
admitir que com o tempo, tento aprender novamente voltar a viver um dia de cada
vez, a não criar expectativas em cima de coisas ou pessoas, adquiri mais
paciência e também, menos pressa de viver, tendo sempre, pelo menos tento isso,
presente que “ é possível aprender
boas maneiras para lidar com as pessoas, mas não é possível aprender a confiar
nas pessoas. E é preciso confiar para nos sentirmos confortáveis com elas”.
(Peter Drucker)
Nem
sempre damos o peso certo e importância para o que é, de facto, importante para
nós. Todos os dias das nossas vidas são repletos de acontecimentos e durante
todo tempo acontecem coisas que gostamos ou não, que damos importância ou não.
Na realidade o tempo passa e a gente acaba por perceber que não gostamos da
pessoa e sim da imagem que fizemos dela sem de isso nos apercebermos.
Quando mudamos de
atitude a partir da mudança consciente de nossos sentimentos e pensamentos,
começamos a criar uma nova realidade na nossa vida. Algumas emoções não são
fáceis de lidar e compreender, existem algumas que são mesmo muito difíceis de
mudar e “ parece que gritam constantemente a sua presença dentro de nós.” Eu
sei, tenho a noção plenamente disso, que essas coisas são difíceis de falar (eu
também sinto que estou a apreender), na verdade, acho que muitos de nós, por
uma mera questão cultural, fomos ensinados a ignorar todas estas situações.
Muitos de nós esquecemos que nem todos têm as mesmas experiências, acesso ou
apoio que fazemos, o que faz sentido; pois é difícil perceber a realidade em
que muitas pessoas estão a viver. Mas, nós "temos que" olhar para
isso se queremos que as coisas mudem. Nós temos que fazer isso se quisermos
realmente mostrar-nos plenamente para aqueles com quem conversamos e com quem
convivemos. E, temos que fazer se quisermos ser pessoas competentes, informadas
sobre os traumas e do apoio tão necessário às pessoas. Como disse Florbela
Espanca “A vida é sempre a mesma para todos: rede de ilusões e desenganos. O
quadro é único, a moldura é que é diferente”.
Quando evitamos
querer “conhecer ou conviver” com as realidades do meio onde vivemos, dos
nossos amigos, dos nossos vizinhos, na nossa comunidade social e humana,
perdemos a oportunidade de realmente ver as pessoas e nos distanciamos da vida
local em sociedade. Alguém recentemente me interpelou que talvez eu não devesse
estar escrever sobre questões sociopsicológicas, dado que hoje as pessoas lêem
muito pouco, e conversam ainda menos, a que eu respondi que, para mim se torna mais claro a cada dia que passa, que
escolher ficar em silêncio ou renunciar a abordar estas questões (seja nas
redes sociais ou na vida real) significa escolher ignorar as próprias
realidades com as quais os nossos amigos e conhecidos vivem ou convivem todos os dias.
"Há pessoas que desejam saber só por saber, e isso é curiosidade; outras,
para alcançarem fama, e isso é vaidade; outras, para enriquecerem com a sua
ciência, e isso é um negócio torpe; outras, para serem edificadas, e isso é
prudência; outras, para edificarem os outros, e isso é caridade." (S.
Tomás de Aquino)
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