terça-feira, fevereiro 19, 2019

“Há pessoas que "esperam" que seus sonhos aconteçam... Mas, há outras que os "fazem" acontecer...” (anónimo)



 “Há pessoas que "esperam" que seus sonhos aconteçam...  Mas, há outras que os "fazem" acontecer...” (anónimo)

Nós não escolhemos as pessoas, apenas vivemos os nossos destinos. Escolhemos sim as nossas atitudes e o nosso destino é traçado em virtude delas. Por isso é que desde sempre tentei seguir aquele conselho, “rodeia-te de pessoas em quem confias e das que amas”, pois a confiança é conquistada durante várias e várias conversas, mas pode ser perdida por uma única palavra – a ilusão constrói-se com o tempo, a desilusão surge num instante, e será como a “visita da verdade”. Muito simplisticamente a desilusão é simplesmente parar de confiar e  acreditar no que se pensou sobre o “ser” de outras pessoas. Pois como é uso dizer-se “ninguém se ilude com aqueles que conhece, mas sim com os que pensa conhecer!” A desilusão nada mais é que a constatação do óbvio, e que aos nossos olhos, a cortina da ilusão, em certos momentos, não nos permitiu ver. Como disse Dostoievski, “um acto de confiança dá paz e serenidade.” 
Na verdade tenho que admitir que com o tempo, tento aprender novamente voltar a viver um dia de cada vez, a não criar expectativas em cima de coisas ou pessoas, adquiri mais paciência e também, menos pressa de viver, tendo sempre, pelo menos tento isso, presente que “ é possível aprender boas maneiras para lidar com as pessoas, mas não é possível aprender a confiar nas pessoas. E é preciso confiar para nos sentirmos confortáveis com elas”. (Peter Drucker)
 Nem sempre damos o peso certo e importância para o que é, de facto, importante para nós. Todos os dias das nossas vidas são repletos de acontecimentos e durante todo tempo acontecem coisas que gostamos ou não, que damos importância ou não. Na realidade o tempo passa e a gente acaba por perceber que não gostamos da pessoa e sim da imagem que fizemos dela sem de isso nos  apercebermos.
Quando mudamos de atitude a partir da mudança consciente de nossos sentimentos e pensamentos, começamos a criar uma nova realidade na nossa vida. Algumas emoções não são fáceis de lidar e compreender, existem algumas que são mesmo muito difíceis de mudar e “ parece que gritam constantemente a sua presença dentro de nós.” Eu sei, tenho a noção plenamente disso, que essas coisas são difíceis de falar (eu também sinto que estou a apreender), na verdade, acho que muitos de nós, por uma mera questão cultural, fomos ensinados a ignorar todas estas situações. Muitos de nós esquecemos que nem todos têm as mesmas experiências, acesso ou apoio que fazemos, o que faz sentido; pois é difícil perceber a realidade em que muitas pessoas estão a viver. Mas, nós "temos que" olhar para isso se queremos que as coisas mudem. Nós temos que fazer isso se quisermos realmente mostrar-nos plenamente para aqueles com quem conversamos e com quem convivemos. E, temos que fazer se quisermos ser pessoas competentes, informadas sobre os traumas e do apoio tão necessário às pessoas. Como disse Florbela Espanca “A vida é sempre a mesma para todos: rede de ilusões e desenganos. O quadro é único, a moldura é que é diferente”.
 Quando evitamos querer “conhecer ou conviver” com as realidades do meio onde vivemos, dos nossos amigos, dos nossos vizinhos, na nossa comunidade social e humana, perdemos a oportunidade de realmente ver as pessoas e nos distanciamos da vida local em sociedade. Alguém recentemente me interpelou que talvez eu não devesse estar escrever sobre questões sociopsicológicas, dado que hoje as pessoas lêem muito pouco, e conversam ainda menos, a que eu respondi que, para mim  se torna mais claro a cada dia que passa, que escolher ficar em silêncio ou renunciar a abordar estas questões (seja nas redes sociais ou na vida real) significa escolher ignorar as próprias realidades com as quais os nossos amigos e conhecidos  vivem ou convivem todos os dias.
 "Há pessoas que desejam saber só por saber, e isso é curiosidade; outras, para alcançarem fama, e isso é vaidade; outras, para enriquecerem com a sua ciência, e isso é um negócio torpe; outras, para serem edificadas, e isso é prudência; outras, para edificarem os outros, e isso é caridade." (S. Tomás de Aquino)

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