O pior cego é o que não quer ver”
"Só sei que nada sei, mesmo assim sei mais do que aqueles que acham que sabem alguma coisa." (Sócrates- o filosofo)
Julgo que estamos a passar uma fase, como uma espécie de síndrome da abstinência ou entorpecimento mental, que nos leva a não “desembrulhar” os nossos sentimentos, vontades e formas de participação na sociedade, mesmo não esperando nenhuma ligação, ao simples facto de esquecer o telemóvel em casa, é capaz de deixar determinadas pessoas em pânico, outras não conseguem ficar em casa sem ligar uma televisão ou um rádio, com o risco de se sentirem incomodadas ou mesmo deprimidas, por isso ao optar por ficar sozinhas com elas mesmas, causa-lhes uma sensação de desalento.
Há quem diga que, a solução para estas coisas passa por deixar passar um dia a seguir ao outro, com uma noite pelo meio, vem isto a propósito de estarmos a “ser conduzidos” para um “buraco negro da não participação na vida social e política” através do “massacre diário” de mentiras, falsidades como “jogos de sombras” que nos entra pela casa a dentro, se por acaso ligamos a televisão ou temos o “agora mau hábito” de ler os jornais – como única opção o recurso à internet que, ainda e por agora, nos da a liberdade de escolha.
Não resisto a esta não noticia sobre os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística cujos números da crescente pobreza que nos assola. Mais de dois milhões de portugueses vivem com menos de 409 euros por mês. Muitos deles com muito menos. Isto, em 2012. Hoje, em 2014, certamente tudo se agravou muito mais. Para além dos números, já por si cruéis, escondem-se os dramas pessoais de milhões de pessoas, desde casais e jovens desempregados e sem subsídio de desemprego a crianças com frio e mal alimentadas, idosos sem dinheiro para medicamentos ou uma mãe a empurrar a filha, numa cadeira de rodas, durante dez quilómetros, numa estrada nacional, para uma consulta médica. É um retrato desolador de um País cujo governo apostou no empobrecimento, nos salários baixos, nos serviços de saúde mínimos ou na miséria de reformados e pensionistas como "saída" da crise que a ganância dos especuladores bancários provocou.
Na verdade a não “utilizarmos a única arma que o povo tem – o voto - A maioria dos portugueses ainda está longe de ter chegado ao fim da sua caminhada para o calvário da pobreza. Todos os dias o discurso oficial nos avisa disso. Desde o Presidente da República na afirmação que até 2035 os portugueses não deixarão de empobrecer para pagar as dívidas que os privados na sua maioria contraíram, ora são as luminárias da situação, como o conselheiro de estado Vítor Bento que, do alto do seu bem-estar, diz: "O país empobreceu menos do que parece." Ou seja: ainda pode empobrecer mais, muito mais, como já tinham avisado outras luminárias, como por exemplo, o banqueiro Fernando Ulrich, com o " ai aguenta, aguenta" mais pobreza. Ou como disse uma a Ministra das Finanças: os são definitivos! Enquanto o primeiro ministro “enche a boca” afirmado que “não há alternativa”. Isto é “pobretes mas alegretes”.
Por isso eu diria que quanto à alternativa responderia como o fez o economista dinamarquês
Bengt-Ake Lundvall, um dos subscritores estrangeiros do "manifesto dos 74", perante a mesma pergunta: "O que parece ser realizável hoje em dia está a levar-nos para muito próximo do fim do projecto europeu. Deste modo, a única estratégia possível é propor o que parece estar fora do alcance. Sabemos que a História nos reserva sempre surpresas de vez em quando - esperemos por uma surpresa positiva."
E já agora a propósito do MANIFESTO DOS 70, independentemente de serem 74 personalidades, a demonstrar que de facto a alternativa existe, anda por aí um "pequenote" a bolsar, utilizando abusivamente os meios da SIC, que o Manifesto não interessa aos Portugueses, que não teve Adesão, que já saíu da "agenda", que "já ninguém fala dele" e... logo a seguir vem a notícia de que mais de 17 mil Portugueses "desinteressados" assinaram a Petição quando só eram necessárias 4000 assinaturas!!! Quem é que anda a "atirar areia" para os olhos de quem? Mintam mais que eu gosto... Se é assim que pensam ser respeitados, não fazem a mais pequena ideia do que é ser Respeitador. (O manifesto foi igualmente subscrito por 74 economistas estrangeiros.)
Quanto à petição à Assembleia da República visa conseguir que os deputados aprovem “uma resolução recomendando ao Governo o desenvolvimento de um processo preparatório tendente à reestruturação honrada e responsável da dívida”, como se salienta na página oficial do Manifesto 74.“O abaixamento significativo da taxa média de juro do ‘stock’ da dívida, a extensão de maturidades da dívida para 40 ou mais anos e a reestruturação, pelo menos, de dívida acima dos 60% do Produto Interno Bruto (PIB), tendo na base a dívida oficial”, são as condições preconizadas pelos signatários.
A iniciativa do Manifesto 74 pretende ainda que a Assembleia da República desencadeie “um processo parlamentar de audição pública de personalidades relevantes” sobre a reestruturação da dívida de Portugal, contraída no âmbito do programa de reajustamento.
Como diz um ditado popular “O pior cego é o que não quer ver”, que significa “Diz-se da pessoa que não quer ver o que está bem na sua frente. Nega-se a ver a verdade.” Como facto Histórico: “Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D'Argenrt fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imagina era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou para a história como o cego que não quis ver.”
Publicado aqui : http://noticiasdealmeirim.pt/opiniao_completa.asp?id=590
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