"Sem esperança, o sacrifício perde sentido".(Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República)
Nestes tempos de
incerteza todos nós encontramos alguém que nos diz “que tudo vai ficar bem”, o
que nos ajuda a não desistir de uma coisa na qual não conseguimos passar um dia sequer sem pensar,
pois na realidade da nossa vida este novo confinamento, aliado a alterações das
rotinas e do estilo de vida, veio agravar e prolongar o sofrimento psicológico de
todos os humanos, pois o "grande problema" não foi voltar a
casa para um novo confinamento, mas sim a alteração de rotinas que têm
prevalecido nos últimos meses, em que andamos a alterar rotinas e tentar recuperá-las há
mais de um ano, embora devemos salientar
que o ser humano se "adapta por natureza" às circunstâncias, mas só o
faz porque "conhece a realidade". Como disse Theodore Roosevelt:” Estamos
face a face com nosso destino, e devemos encontrá-lo com muita coragem e
resolução. Para nós é a vida de acção, da extenuante performance do dever; deixe-nos
viver nos arreios, esforçando-nos vigorosamente; deixe-nos correr o risco de
nos desgastarmos do que enferrujarmos.”
Perante isto, é
fundamental aceitarmos que não nos vamos sentir tão bem nestes tempos em que o "prolongamento" do confinamento, aliado
à "incerteza do momento" serão "causadores de ansiedade nas
pessoas", sintomas depressivos, ansiosos e, a par das perdas financeiras,
a disrupção do dia-a-dia, a perda de liberdade, as perturbações de sono e o
sedentarismo também poderão ser fatores de risco para um bem-estar emocional e
para a doença mental, em alguns casos,
de 'stress' traumático, são algumas das mazelas que os especialistas admitem
que se intensifiquem nesta quarentena em que o isolamento veio agravar o
sofrimento psicológico, porque veio mexer com algumas facetas importantes da
saúde mental, como a liberdade pessoal e os nossos movimentos no
dia-a-dia". Dado que uma coisa é termos um horizonte próximo que sabermos
que termina, outra, é termos um horizonte próximo que se alarga indefinidamente
sem sabermos quando será o fim. Para se
poder mitigar alguns destes efeitos negativos, consideramos desejável que se tente manter
algumas rotinas, ainda que isso , não assegure que as pessoas não vivam a
situação com grande ansiedade, frustração e desgaste. Mas manter essas as
rotinas é importante, primeiro porque ajuda a gerir o tempo e, depois, porque
nos distraem de nós próprios. Como disse
Miguel Torga: “Recomeça... se puderes, sem angústia e sem
pressa e os passos que deres, nesse caminho duro do futuro, dá-os em liberdade,
enquanto não alcances não descanses, de nenhum fruto queiras só metade.”
As pandemias, embora
possam ter alguma duração, historicamente acabaram, E quando acabar a pandemia, será que vamos
voltar a socializar sem barreiras? A história diz-nos que, em princípio, sim,
mas será sempre diferente, temos que nos “adaptar a um novo ”normal de viver a
nossa vida”. É um recuo que nos
reposiciona na nossa condição humana e que nos mostra que não temos os meios e
forças para deter algo tão grande. Temos mais conhecimento científico e
tecnologias mais avançadas, mas não estamos preparados, e desta vez também vai ser traumático, tal
como foi com a gripe pneumónica em 1918 e 1919. “De facto, o mundo ganhou, ao
longo deste ano, a noção de quanto precisa da ciência, devido ao vírus da
Covid-19, que nos obrigou a mudar radicalmente o nosso modo de vida, o que
mostra a importância de investigar a vencer a barreira do desconhecido. Graças à ciência vamos
conseguir seguramente vencer esta crise, porque a ciência vai encontrar um
tratamento eficaz ou uma vacina que imunize”. (Dr. António
Costa primeiro-Ministro )
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