“O
único homem que nunca comete erros é aquele que nunca faz coisa alguma.”(Theodore Roosevelt)
Não ando longe da realidade na afirmação que, no geral, os portugueses “consideram-se muito bons a apontar os erros dos outros.” Mas estudar e perceber o que se passa para corrigir esses erros, isso já é com os outros. Todos nós, bem no fundo, temos a noção que atravessamos tempos muito difíceis, e o que mais importa era saber com todo o rigor possível, e não em fantasias, a realidade do que nos rodeia, e não, embora sendo natural, ouvir as histórias, os boatos e os muito “sabichões” que em tudo tem certezas e sabem de tudo um pouco sobre o que há a fazer. Bem sabemos que é muito difícil estudar as realidades. Mas é necessário tratar de todos sem olhar a quem. É preciso salvas vidas sem conhecer o nome. Mas também é bom saber o que se passa para se poder agir e prevenir.” A primeira lei da natureza é a tolerância – já que temos uma porção de erros e fraquezas”.(Voltaire)
Está cada vez mais
claro que não haverá uma volta “ao normal”, como ainda sonham muitas pessoas. A pandemia mudou, e ainda vai mudar
mais, as nossas condições de vida, embora ainda não saibamos se a Covid-19 é
apenas um evento ou o início de um processo envolvendo diferentes tipos de
vírus transmissíveis. É por isso que todos devíamos ter a percepção de que a forma mais simples de
criticar, e que é usual nas redes sociais, mas não só, pois inacreditavelmente
a imprensa quer escrita quer falada, usa este modelo, (não cumprem, no geral, o
papel do jornalista que teria de ser
informativo sobre este vírus, perante a avalanche de dados, factos e eventos
publicados na internet, que gera muita desorientação e é o ambiente favorável à
disseminação de notícias falsas, as polémicas fake news), praticam, no geral,
também “o tiro
ao alvo”. “O mundo de antes nunca volta. Tente agora voltar um pouco para a
década de 1970. Mas, por outro lado, você nunca começa do zero. A história
nunca é uma página em branco. Quem acredita que tudo continuará igual está
errado. Quem acredita que tudo vai mudar também está enganado.”(André
Comte-Sponville- filosofo francês)
A verdade é que esta pandemia é como uma carreira de tiro, qualquer principiante na modalidade acerta sempre. Tiro nos dois sentidos. Alguns tentam atingir o governo, com o que afirmam“ ser atrasos nas medidas que tomou,” pelas manifestas dificuldades dos técnicos que mapeiam as cadeias de contacto, pela insuficiência do confinamento decretado, mas nunca apresentam quais eram as alternativas. Outros devolvem as culpas, chamando a atenção para a irresponsabilidade de alguns, que põem em risco todos. São tiros com sucessivos ricochetes. O grau de incerteza tem vindo a diminuir, mas ainda há alguns que são contra medidas mais musculadas. Se a ciência é tudo menos certa, a ciência como modelo de previsão ainda é mais incerta. Mas o que é certo, mais que certo, é que o tiro ao alvo não resolve mesmo nada. E nas UCI (unidades cuidados intensivos) não se ouvem os tiros, só os respiradores a encherem e a esvaziarem!” O mais importante da vida não é a situação em que estamos, mas a direcção para a qual nos movemos.” (Oliver Wendell Holmes)
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