Cartas anónimas. Perversidades sem assinatura. Recortes de queixumes. Cobardias de quem rosto frente a rosto nada diz e nelas se refugia. Outrora seladas no envelope, hoje são, regularmente colocadas em Beja (as últimas no dia 9 de Junho de 2009... porquê ir tão longe..). Uma carta anónima pode-se considerar uma cobardia por parte de quem a escreve e de quem a envia, constituindo deste modo, uma equipa "falida a todos os níveis, politica, social e económica".
Faço aqui um “parênteses” como recordatório do que me dizia há dias um amigo que ocupava um lugar politico relevante, o qual deixou para se tornar candidato numa das autarquias do nosso País, dizia-me ele, perante o meu “olhar de estupefacção” de que conhecia alguém que enviava “cartas anónimas”, a ele próprio, para poder deste modo “utilizar” a “vitimização” da injustiça que contra ele estava a ser praticada” – inacreditável Portugal século XXI???
O “boato" dá aparentemente, chorudos ganhos e, nas intestinas lutas pelo poder, tenta arredar competidores, pode ser considerado o Maquiavelismo que Maquiavel deixaria pasmado pelas consequências. Má sina do homem que ao pensar o tempo em que foi, ignorava futuros perversos que do, dele, nome de baptismo construiriam adjectivo sinónimo de esperteza ou de astúcia. Maldade porque sim, diria mais, recurso dos incompetentes e incapazes que ao “sentirem o cheiro”, mais de que previsível da “derrota”, utilizam “todos os meios”, numa tentativa do “estupor” de quem sabe que, tendo conseguido até hoje, “medrar”, no meio, sabe que o seu “reinado terminou”.
Na verdade todos sabemos que será sempre uma pessoa desprezível, o ou a que escreve cartas anónimas? Quem não as recebeu já e não se incomodou, de alguma forma, com o seu conteúdo?
Tudo isto é possível sabendo que “com o carácter endémico que a corrupção tem assumido”, o envolvimento de titulares de poderes públicos e o justo receio de retaliações ilícitas ou até ilegais, constituindo muitas vezes uma forma, um tentativa de “tentar esconder ou até fugir” a responsabilidades por situações de utilização indevida de dinheiros públicos. Mas também como já alguém afirmou. “ A Lei pode tardar, mas ela está aí!” Uma carta anónima deve ser sempre investigada, o órgão de polícia ou a autoridade judiciária a quem for apresentada a queixa ou participação deve desencadear um processo, tipificado como crime for público, porque ao contrário do que “julgam esses(as) “escroques da estrumeira societária” é sempre possível saber “quem foi o e autor ou a sua autora”!
Antes do 25 de Abril, a carta anónima foi, entre nós, muito utilizada para tentar inculpar politicamente adversários que não se queria ou podia atacar frontalmente. Tal como depois da Revolução, para se exercerem vinganças por situações longa e altamente recalcadas (conheci vários casos). Claro que, em todos os tempos, e locais e Portugal não é excepção, um dos grandes motivos dos autores das cartas anónimas são as notícias bem intencionadas para denunciar casos de amor mal correspondido. Os leitores de romances policiais não esquecem que as cartas anónimas poderão ser um meio excelente de se exercer chantagem sobre uma pessoa, mesmo que daí só se obtenham vantagens psicológicas e não materiais
Há uns anos, ouvi falar de alguém que tinha uma autêntica paixão por escrever cartas anónimas, tendo sido descoberto como que por mero acaso. Isso levou-me, ao tempo, a fazer um pequeno estudo de psicologia, chegando a uma conclusão que nesta área nada mudou, “tudo como dantes quartel general…. Não, obviamente em Abrantes! ”
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