segunda-feira, abril 01, 2024

“Não há factos eternos, como não há verdades absolutas.” (Friedrich Nietzsche)

“Não há factos eternos, como não há verdades absolutas.” (Friedrich Nietzsche) Ninguém acredita mas é verdade. Todo mundo sabe mas ninguém acredita. Diz-se — e com razão! — que nunca devemos voltar aos sítios onde fomos felizes. Os sítios mudam, mas não é só isso: nós também mudamos. Não queremos que os sítios mudem, mas eles mudam na mesma, porque é isso que acontece a tudo quando atravessa o tempo. A verdade de outra pessoa não está no que ela te revela, mas naquilo que não pode te revelar. Portanto, se quiseres compreendê-la, não escutes o que ela diz, mas antes, o que ela não diz! “Uma mentira dá meia volta ao mundo antes que a verdade tenha tempo de vestir as calças.” (Winston Churchill) E nós, sobretudo, não queremos mudar, mas mudamos na mesma. Não há nada a fazer. Dizem-nos "estás igual!" mas aquilo que querem dizer é "vá lá, não mudaste tanto como eu temia: apesar de tudo, ainda estás reconhecível". Como nós envelhecemos, queremos que os sítios fiquem na mesma, ou será que fingimos que pensávamos que estavam iguais, para parecer maior a nossa surpresa, para contrabalançar a surpresa de quem já não nos vê há muitos anos? Ou queremos secretamente que os sítios envelheçam connosco, para nos fazerem companhia? Ou que fechem de uma vez por todas, para as saudades poderem exercer-se à vontade? Na realidade temos que aceitar que vivemos num tempo de abundantes mentiras, que quando se diz uma verdade ninguém acredita! "Uma mentira pode dar a volta ao mundo, enquanto a verdade calça os sapatos". A frase é atribuída a Mark Twain, sendo que também aqui, não se sabe ao certo se este alegado facto, ou suposta verdade, se encaixa no sapato certo.

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