sexta-feira, dezembro 04, 2020

 Nós somos a nossa vida, não temos outra!” (prof. Eduardo Lourenço)

 Somos seres de hábitos e estamos constantemente a ser confrontados com a mudança e com a transformação, o que permite simultaneamente que larguemos tudo o que já não nos serve, reinventando novas formas de ser e estar, abrindo espaço para novas ideias e oportunidades. Temos que admitir que todos temos altos e baixos na nossa vida, o que por vezes, até pode ser assustador, é por isso que alguém já disse que  “não nascemos com um "guia" de como viver e nem sabemos o caminho exacto para nos mantermos a viver a nossa vida”, ou como disse Edgar Allen Poe, que se  interrogava-se no clássico "Dream within a dream" se "Tudo aquilo que vemos ou nos parece / Nada mais é do que um sonho dentro de um sonho".

Nestes tempos que correm, temos de relembrar que no início era só mais um vírus, mas à medida que o tempo foi passando, o desconhecimento e a incerteza impregnaram as sociedades do mundo inteiro que, subitamente, nos levou a ficar em suspenso, apreensivos, cautelosos e contidos num isolamento que ditou o distanciamento daqueles que nos eram mais próximos. Nós acreditamos  que tudo acontece por uma razão e  mas ninguém disse que seria fácil, apenas “temos a promessa" que valeria a pena viver a vida .  Temos de saber e sentir que a viagem no nosso passado apenas começou. E que o futuro desse passado está confiado à nossa guarda.” ( prof. Eduardo Lourenço – Nós como futuro.)

Nestes tempos que não são os nossos “tempos” com mais ou menos convicção e força de vontade, já nos vamos habituando a um novo normal, que no nosso dia  a dia  que tem ditado novos modelos que vamos adaptando ao nosso viver, sendo certo que os  tempos que vivemos têm sido intensos na forma como “nos impingiram” o viver em  sociedade a nível global, impondo a nós todos um “ajustar de velas” para conduzir um barco numa nova direcção, apesar da turbulência da viagem e do destino ser, de certo modo ainda incerto. Tente a sua sorte! A vida é feita de oportunidades. O homem que vai mais longe é quase sempre aquele que tem coragem de arriscar.”(Dale Carnegie)

Mas como criamos novos hábitos, até de certa  de forma, na maioria dos casos, mais saudáveis, embora tenhamos que reconhecer que vivemos a meio gás, num mundo temporariamente encerrado, e apesar de tudo movemo-nos com a atenção voltada para o copo meio cheio, porque afinal de contas temos a capacidade extraordinária de, através da percepção, encontrar a chave para a concretização dos nossos desígnios, não obstante as circunstâncias limitadoras ou totalmente adversas. A questão de hoje e do amanhã é a de  como podemos aceitar estas mudanças, integrando, as novas regras, no nosso quotidiano uma nova dinâmica de relacionamento interpessoal, que já não permite o toque, o cheiro, o abraço e o  com o outros a que estávamos acostumados?   "A própria vida produz sentido sem nos pedir explicações. Não há uma determinação e um projecto concertado de atingir um tal fim ou tal objectivo, ou ter aquilo a que se costuma chamar de carreira, de correr para uma meta específica. Tenho vivido deixando-me surpreender. "(Entre Nós", Universidade Aberta, 2002- prof. Eduardo Lourenço)