terça-feira, novembro 29, 2016

CAIXA GERAL DEPÓSITOS - SÓ NÃO VÊ QUE NÃO QUER VER….!

SÓ NÃO VÊ QUE NÃO QUER VER….!

Não temos dúvidas que Passos Coelho, Montenegro, Maria Luís, Cristas e companhia, são “políticos” de mão dos predadores, são apátridas que querem acabar a obra de venda de Portugal ao estrangeiro que começaram e levaram a cabo na sua governação de saque. Daí tanto alarido e tanta histeria.
Depois do País ter perdido empresas emblemáticas como a PT, a EDP, a REN, a CIMPOR, a ANA, as seguradoras, a única empresa de jeito que nos resta é a CGD. Existem apetites enormes, internos e externos, para lhe pôr a mão. Estes episódios só incentivam a voracidade desses predadores. Como se viu ao longo de toda esta novela, temos Passos Coelho e o seu “grupo” em peso a trabalhar para entregar a Caixa nas mãos dos estrangeiros, já que não há capital nacional suficiente para a controlar, devido à sua dimensão.
Os predadores, expoentes dos grandes interesses financeiros, infiltrados que estão nas instituições europeias, devem estar a esfregar as mãos de contentes, e a murmurar em voz baixa uns para os outros: – Que excelente trabalho está a ser feito pelos nossos aliados que “ainda estão” no PSD e do CDS.
Compreende-se as limitações do Governo em todo este caso. Tinha que convencer Bruxelas a permitir que Portugal, um pequeno país, mantivesse um banco do Estado, o que contraria frontalmente a lógica neoliberal das instituições europeias, dando luz verde à recapitalização. Para convencer Bruxelas, tinha que dar sinais claros de que a CGD iria ter uma gestão que seria determinada pelos critérios da banca privada, fosse ao nível dos vencimentos, fosse ao nível das práticas de opacidade do sector.
Assim havia que escolher uma espécie de carta de apresentação dessas intenções. Pelo currículo e pelo perfil. Só que o Governo talvez se tenha esquecido, que esse “banqueiro”, apesar de tudo, não era senão isso mesmo: uma boa carta de apresentação e que, a CGD não era o BPI. E que após a recapitalização a política de crédito da CGD não seria orientada para aumentar os dividendos dos accionistas mas sim fomentar a economia do país, apoiar as empresas, manter o emprego, fomentar exportações, mesmo que tal implicasse ter uma rentabilidade mais baixa que aquela que haveria se a CGD fosse privada.
Acho que foi isso que o dito percebeu, só agora, e quando o percebeu bateu com a porta, talvez por não se sentir confortável, ou mesmo capaz, de estar à altura do desiderato.
Mas ainda bem que o fez. Ele não era o homem certo para a CGD, e antes sair agora, pouco ou nada tendo feito, do que colocar a CGD no rumo errado, seguindo políticas gestão idênticas às de qualquer outro banco privado. Porque, a fazê-lo, poder-se-ia de imediato perguntar: para quê manter a CGD na esfera pública?

Mas a novela é também uma lição para o Governo e para o PS: quando se navega em águas turvas, quando se governa a meia haste e se fazem pactos com o diabo, há sempre o perigo de se sair queimado.