我們能夠做到最好! Wǒmen nénggòu zuò dào zuì hǎo! WE ARE ABLE TO DO OUR BEST! “É das coisas, que os sonhos são feitos.” It is about things, that dreams are made." (William Shakespeare
segunda-feira, agosto 14, 2023
A fábula da formiga desmotivada
A fábula da formiga desmotivada
Tudo o que cai na rede é peixe? Mas, nem sempre é assim. Às vezes, e só às vezes caem nas redes (sociais) alguns textos que são verdadeiras aulas de senso comum e sabedoria popular.
Um deles anda a aparecer com alguma frequência na minha área de interesses, que versa sobre uma formiga que passou de enérgica trabalhadora a funcionária desmotivada.
Trata-se de uma fábula sobre a vida numa empresa (neste caso, qualquer empresa. As fábulas servem justamente para isto, exemplificar, através de histórias fantasiosas, as verdades mais profundas). A versão narrativa que vou contar é a minha, mas o pano de fundo não varia das outras que andam por aí.
Pois bem, a formiga era eficiente e eficaz. Aqui tenho que fazer uma distinção entre “a eficiência” que consiste em fazer certo as coisas. Na generalidade está ligada ao nível operacional, como realizar as operações com menos recursos – menos tempo, menor orçamento, menos pessoas, menos matéria-prima, etc e a “a eficácia” que consiste em fazer as coisas certas, isto é fazer o que é certo para atingir o objetivo inicialmente planeado. Ser eficaz é basicamente conseguir atingir o respectivo objetivo. A eficácia está relacionada diretamente com os resultados.
Na realidade a formiga tinha tanta força e tanta motivação que, (quase) literalmente, carregava a “empresa ás costas.” Muito devido ao seu desempenho o negócio expandiu, cresceu. O céu parecia o limite.
Mas o dono da empresa, o gafanhoto, sentia-a incomodado tendo a formiga a trabalhar sem supervisão. Também não gostava de sentir-se “formigodependente”. Aprendera em Havard que o trabalho deveria ser feito sempre em equipa. Daí contratou uma barata, formada em Oxford, para criar um plano de gestão de longo prazo, contratar novas equipas e colocar a formiga “nos eixos.”
Assim foi feito. Chamaram uma mosca para actuar como controller. A pulga tratava da qualidade emocional do escritório. A lesma, de tentar implementar o programa de eficiência total. A abelha ficou encarregada da gestão de sinergias. A cigarra com os RH (Recursos Humanos). A borboleta dedicou-se a um ambicioso projeto de redecoração dos espaços, baseado no feng shui.
O gafanhoto vibrou ao ver aqueles profissionais com tantos skills e diplomas a labutar sob as suas ordens. Com eles vieram assistentes, subdiretores, estagiários. A empresa ganhou até um importante prémio atribuído por uma revista de gestão devido a exuberante diversidade dos seus colaboradores.
Neste “novo” enquadramento só a formiga não estava feliz. Passava a vida a fazer relatórios para a mosca, a participar em reuniões com a lesma, a desenhar planos para a abelha e assim por diante, sem tempo para fazer o que mais sabia que era trabalhar.
O problema é que, por algum motivo, a empresa, antes muito lucrativa, estava agora a perder dinheiro. O gafanhoto contratou então uma coruja, a mais famosa consultora do bosque, para descobrir o motivo daquela sangria.
Depois de alguns meses de estudo, a coruja escreveu um imenso relatório. Alertava que folha de pagamentos estava muito pesada. Havia funcionários a mais na empresa. Era hora de dispensar alguém. O gafanhoto não teve dúvidas: mandou embora a formiga que há tempos demonstrava estar aborrecida. Em menos de um ano, afogada em burocracias e papéis, sem produzir quase nada, a empresa estava falida, claro. Mas o gafanhoto nunca chegou a perceber o porquê? Ou como diz um proverbio chinês:” O burro nunca aprende, o inteligente aprende com sua própria experiência e o sábio aprende com a experiência dos outros. “
NOTA FINAL: Se por acaso me perguntarem se é melhor ser eficiente ou eficaz, a resposta será: as duas virtudes são ótimas para qualquer profissional. Na medida do possível, devemos ser eficientes e eficazes. O exagero não é bom de nenhum dos lados. O equilíbrio é fundamental para que possamos olhar para todos os ângulos de uma situação, sendo capaz de avaliá-la com clareza e agir de acordo com esta análise, tanto de forma eficiente, quanto eficaz.
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