domingo, abril 12, 2020

O que vai acontecer a seguir? Alguém sabe? Eu…nem sequer penso nisso..!


  O que vai acontecer a seguir? Alguém sabe? Eu…nem sequer penso nisso..!

 Fico até algo admirado, para não dizer chocado, que alguns “experts em assuntos de epidemiologia”, fazem previsões de antecipação com  o que acontecerá quando sairmos deste parêntesis de tempo, em que nos vimos envolvidos e socialmente isolados, e se a nível económico estamos quase paralisados, a nível psicológico sentimos claramente condicionados por esta chamada “pandemia”, sem sabermos, ninguém nos consegue explicar,  se o vírus vai sofrer mutações que o tornem mais assassino, ou vamos continuar a conviver com ele até que a medicina o consiga vencer ou, como outros seus antecessores, simplesmente desaparece em pouco tempo. E, tudo isto, enquanto a nossa vida parece escapar-nos como a areia numa mão entreaberta. Como disse Paulo Coelho: “Não são as explicações que nos levam para frente; é a nossa vontade de seguir adiante”.
 Resumindo e concluindo, não é qualquer “burro como eu” que consegue perceber estas mentes de brilho inacessível. Pois, neste momento, em que há algo invisível, que não escolhe classes sociais, que está a destruir famílias inteiras, que está a acabar com a economia dos países, a criar desemprego, miséria e fome, e que nem sequer sabemos se estamos a prepararmo-nos para uma mudança de hábitos que dura um semestre, uma década ou como aconteceu com a sida, pelo menos uma geração, todas as especulações me parecem do domínio da ficção científica. Como dizia uma amigo meu ,“com gente desta, o mundo só está mal por mero masoquismo.”
Entretanto vivemos dias de incerteza e de alguma desconfiança. Protegemo-nos porque podemos ser uma ameaça para os outros e em simultâneo  estes um perigo para nós. Vivemos à distância, mas a desejar a proximidade daqueles de quem temos mais saudades. Nestes dias de distanciamento social, ignorando o que pode acontecer ou quando é que tudo vai acabar e, vão aparecendo estudos de toda a espécie e feitio, para todos os gostos – toda a gente é especialista em qualquer coisa – são escolhas difíceis nas redes sociais ou nos poucos jornais, de qualquer modo, pareceu-nos que este estudo, (do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) e do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência) tem alguma credibilidade cientifica, talvez porque caracteriza bastante da nossa própria visão , “parece um paradoxo, mas a pandemia que está a paralisar o mundo está a provocar menos medo nos idosos do que nos jovens, quando os primeiros são os que correm mais risco de vida. Os mais velhos podem não ter imunidade para o vírus, mas parecem ter mais imunidade para responder a esta situação nova. Relativizam mais, porque já enfrentaram outras dificuldades e passaram por várias crises de saúde pública, como a doença das vacas loucas, a gripe das aves, o ébola. Para os mais jovens, esta é a primeira grande ameaça e grande crise das suas vidas, os jovens mostram-se mais tristes e ansiosos. A forma como este tempo de incerteza se está a reflectir no bem-estar emocional dos cidadãos é diferente entre gerações”, observa Henrique Barros, presidente do ISPUP, especialista em saúde pública e epidemiologista
Temos a percepção de  que as relações sociais não vão ficar “como antes desta crise”, pelo menos nos primeiros tempos. A desconfiança que hoje temos de cada um, a distância que hoje mantemos, o receio de abraçar, beijar...vai persistir durante algum tempo, pelo menos até que nos esqueçamos que já andámos de cara tapada, onde até os sorrisos escondemos. E, porque temos de ter memória, para muitos de nós esta situação aparece-nos como uma repetição da situação vivida durante o período de 2011-2015, “em que o desemprego dos filhos e a carência dos netos bateram à porta dos avós, que em simultâneo viam os seus rendimentos ser surripiados, fanados e eram qualificados de “peste grisalha”. Nem tudo vai ser reproduzido mas tudo isto aconteceu.  A história, no entanto, é aberta, como todos sabemos. O que vai acontecer a seguir? Modestamente não sei. “Eu sei que não sou nada e que talvez nunca tenha tudo. Aparte isso, eu tenho em mim todos os sonhos do mundo.”(Fernando Pessoa)


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