quarta-feira, março 09, 2011

As gerações na "prateleira"

Agora que estão na moda as chamadas “gerações”, que vai da gerações “jotas” até “ as gerações rasca” eu diria talvez “à rasca”, seria interessante a introdução da geração “na prateleira”. Esta expressão "ir para a prateleira" é, chamado, no Portugal ineficaz, improdutivo e a total desregularão laboral, sem meios de defesa dado o descrédito dos órgãos judiciais, desde o Ministério Público aos Tribunais, que se tornou corrosivo das vontades, das capacidades, da ética e dos valores.

Quando alguém se torna incómodo para um “politico no poder” é vulgar que o coloquem em sítio que se não exponha muito, isto é, ganhe bom dinheiro, mas não apareça muito em público, é a chamada “prateleira dourada ou a reforma choruda”.

Mas no nosso País quando um profissional faz carreira, com dedicação, capacidade de liderança e recusa ser “simples voz do dono”, o normal seria passar a desempenhar funções compatíveis com o seus conhecimentos, mas cá no burgo esse é o caminho para ir direitinho à prateleira - que não é dourada, como a da classe politico-partidária, mas tipificada como um atentado aos direitos e liberdades dos cidadãos - diz a Lei que ao “direito de valorização e dignificação profissional dos trabalhadores contrapõe-se o princípio da liberdade da iniciativa económica das empresas, também consagrado constitucionalmente, de tal forma que a existência de um dever de ocupação efectiva decorre, em primeira linha, de um princípio de igualdade entre os trabalhadores da mesma empresa; os trabalhadores devem estar sempre numa situação de igualdade quer quanto à ocupação quer quanto à execução do trabalho, e daí que a violação do dever de ocupação efectiva se deva reconduzir a um problema de boa fé”- só que isto são palavras moucas, porque a Lei não se cumpre, nem ninguém a faz cumprir.

Dar a volta por cima por vezes não se consegue senão a meia altura, e quando é assim revela até uma ainda maior capacidade de combater a adversidade e de lutar com todas as “armas” que nos permite o direito de cidadania, mas o que hoje assistimos são a “patetices de amadores candidatos a políticos” que são a consequência da falta de visão e de politicas, mas também são a consequência da falta de exigência do povo português. Nunca foi tão visível o empobrecimento intelectual da população jovem e dos políticos, já ninguém faz a perguntas que deve fazer e ninguém responde ao que deve responder. A nossa pouca exigência é o resultado desta indigência. E a nossa complacência para com a má governação é o resultado desta falta de atenção e inversão das prioridades. O País tornou-se como a televisão que tem: um jornaleco de escandaleiras, mentiras e inverdades – mas o povo não quer saber!

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