quarta-feira, abril 14, 2021

“Não é preciso ter olhos abertos para ver o sol, nem é preciso ter ouvidos afiados para ouvir o trovão. Para seres vitorioso precisas de ver o que não está visível.” (Sun Tzu)

“Não é preciso ter olhos abertos para ver o sol, nem é preciso ter ouvidos afiados para ouvir o trovão. Para seres vitorioso precisas de ver o que não está visível.” (Sun Tzu) Tenho uma clara percepção que estes tempos que passamos não são os “nossos tempos”, talvez por isso tenho de relembrar esta frase da Dra Maria Barroso:“Só penso no passado para ver o que não fiz e ainda posso fazer. Gosto de me projectar no futuro, de ajudar os mais novos e de seguir o que se passa, o que se diz, o que se pensa.” Acabei de ler um texto excelente e lúcido. Aqueles que andam para aí a rasgar as vestes com a decisão instrutória anunciada na sexta-feira deveriam ler este texto e meditar sobre o seu conteúdo. Também aconselho uma leitura de um pequeno livro de Antero de Quental. “As Causas da Decadência dos Povos Peninsulares nos Últimos Três Séculos”.
“Num Estado de direito, as discordâncias entre juízes têm recurso para tribunal superior. É o que está a acontecer. Não é o povo que não compreende isto — são os comentadores e políticos que fazem por não entender, para não terem de explicar. Não têm qualquer necessidade de partir do princípio de que “o povo não percebe” a diferença de opinião entre dois juízes. E se acham mesmo que o povo acha isso, a vossa obrigação é perguntar se não será mais ao contrário — se não serão muito mais perigosos aqueles regimes em que todos os juízes acham o mesmo. Caso contrário, não é o teatro que está em fogo — são vocês os incendiários. Não é regime que está a morrer — são vocês os coveiros. Aliás, estou fora de moda. Confesso que gosto bastante deste regime. É o mais democrático que o país já teve. Em breve será mais duradouro do que a ditadura que o antecedeu. No que depender de mim, por muitos anos. Foi este regime que permitiu a milhões de miúdos como eu, que tiveram a sorte de com ele nascer, sem virem de famílias “de bem” ou “de posses”, simplesmente viver em liberdade e correr mundo e estudar e escrever à vontade sem irem parar com os costados a uma guerra colonial ou uma enxovia numa prisão qualquer. Não vou em cantigas de uma “quarta república” quando para mim esta é apenas a Segunda República (que o Estado Novo nunca foi nem quis ser) e do que sei do fim da Primeira, conversas sobre acabar com diferenças de opiniões, na justiça ou na política, acabam sempre mal.(Rui Tavares- https://www.publico.pt/2021/04/14/opiniao/noticia/ena-tantos-coveiros-regime-1958433)

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