sexta-feira, junho 26, 2020

“Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.”(Oscar Wilde)


 Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.”(Oscar Wilde)

 Este tempo, que não é o nosso tempo, está a fazer-nos viver a nossa “vida” de outra forma, faz-nos vivê-la nos limites do possível. Há todos aqueles que tem de trabalhar, há todos que tem que dormir, há todos que tem de comer, há  aqueles que tem de brincar, e até de viajar e visitar tantas coisas, tudo no mesmo espaço (de tempo e físico). É por isso, que temos que admitir que esta pandemia, pode também vir a ser lembrada, como uma oportunidade para muitos conhecerem, a “parte mais esquecida” da sua própria vida, e começar a “falar” em qualidade de vida, em oportunidade de trabalho remoto e “espaço para respirar”. Como disse Max Weber : “A história ensina-nos que o homem não teria alcançado o possível se, repetidas vezes, não tivesse tentado o impossível.”
 Nunca podemos deixar de sonhar, mas sempre respeitando acima de tudo a nossa identidade e as nossas raízes, todos nós temos raízes que nos mantém em pé. Todos nós precisamos de conhecer e saber quais as nossas raízes, pois só isso nos dá o sentir de viver a nossa vida: existe um qualquer  lugar no mundo onde nascemos, onde aprendemos a falar uma língua, onde descobrimos como nossos antepassados superavam seus problemas. Haverá um dado momento na nossa vida, em que passamos a ser responsáveis por esse lugar! Por vezes sentimos que precisávamos de ter asas, pois queríamos mostrar os horizontes sem fim da imaginação, que nos levam até aos nossos sonhos, e nos conduzem a lugares distantes. São essas as asas que nos permitem conhecer as raízes de nossos semelhantes, e aprender com eles.” Quando as raízes são profundas não há razão para temer o vento.” (Provérbio Chinês)
Apesar da primeira impressão ser a que fica, todos devemos ter a percepção, que quase sempre o essencial é invisível aos olhos. Pois como nos sentimos por dentro é reflectido exteriormente, mesmo que não consigamos ter essa percepção, não podemos fingir que a partir de determinado momento, que não sabemos quando, e duvidamos que alguém saiba, tudo voltará a ser como antes! Relembro um provérbio chinês, demonstrativo de como a sabedoria ancestral pode ser inspiradora da mudança. “Não importa quantos passos foram dados para trás, o importante é quantos passos agora damos para a frente".
Para o bem ou para o mal é a minha convicção que temos que virar esta página da perda relativa da nossa liberdade individual e colectiva que este vírus (covid19) implicou. Torna-se evidente que, talvez este não seja o único assunto ou desígnio da sociedade, pois temos de saber e aceitar que “há mais vida para além do vírus”, pois sentimos que todos temos o direito e como cidadãos ser livres de prosseguir os nossos projectos de vida, as nossas ambições e aspirações, quando a incerteza é particularmente elevada quanto a comportamentos futuros. A questão é o de saber quando e como? “Eis o meu segredo: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. Os homens esqueceram essa verdade, mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”(Antoine de Saint-Exupéry)

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