domingo, dezembro 17, 2023

“Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar.”(Friedrich Nietzsche)

“Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar.”(Friedrich Nietzsche) "A única coisa que se interpõe entre si e seus objetivos é a história que continua a contar a si mesmo sobre por que não consegue alcançá-los." Esta frase pode ser facilmente resumida numa palavra: "justificativas", ou comumente conhecidas como "pretextos". Por acaso já perguntou quantas coisas poderia realizar se se concentrasse em "como pode ser feito" em vez de "por que não pode ser feito"? Mas, antes de continuar, há sempre alguém que ao “ olhar este escrito” pode pensar "será que alguém se sente ofendido?". Sim, porque este pensamento tem de existir em tudo o que se faz, seja a nível pessoal, seja profissional. Não somos livres? Claro que somos, mas a liberdade chega com responsabilidade, com respeito pelo outro, com respeito por nós próprios. "Faz tudo como se alguém te contemplasse", já terá dito Epicuro. O mais interessante é que raramente nos lembramos desta realidade da vida. Diz a voz popular que “habituamo-nos a tudo.” Temos mesmo de nos habituar a crescer devagar, a desenvolver lentamente e a melhorar pouco, tão pouco? Temos de ficar satisfeitos e gratos com o melhor do que nada? Mesmo? Será realmente verdade que nos habituamos a tudo? Ao bem e ao mal, sobretudo a este último? Será real esta triste sina? Será verdadeira esta maldição que nos diz, em resumo, que nos habituamos, que deixamos correr, que acabamos por considerar um mal necessário, que estimamos que não há nada a fazer, que temos a certeza de que poderia ter sido pior…? “Há dentro de nós a exigência absoluta de sermos eternos e a certeza de o não sermos. O absurdo é a centelha do contacto destes dois opostos.” (Vergílio Ferreira) O que não aceitamos é o continuar a olhar com bons olhos para esta nossa fuga a tudo o que não nos transforma numa cópia ligeiramente melhorada da figura dum “Pateta Alegre”. Vivemos num ritmo frenético. Queremos tudo para ontem. Queremos luzes estroboscópicas. Queremos séries de televisão com ritmo frenético. Queremos viver tudo de uma vez, mas a sentir moderadamente tudo o que não for contentamento. Queremos a febre da satisfação imediata. Queremos a fuga do não-pensamento. Queremos que os problemas dos outros não nos salpiquem. Queremos viver permanentemente anestesiados e ligeiramente embriagados. Longe de nós tudo o que nos doer. Como disse a escritora Martha Medeiros: ”Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade.”

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