quinta-feira, fevereiro 25, 2021

“Nós todos temos o direito de levar uma vida feliz.”(Dalai Lama

“Nós todos temos o direito de levar uma vida feliz.”(Dalai Lama) Como cidadãos que cumprimos os deveres de cidadania, exigimos uma informação que respeite princípios éticos, sobriedade e contenção. E, sobretudo, que respeite o nosso modo de vida na sociedade onde vivemos. Como disse Santo Agostinho.” Ainda que fujas do campo para a cidade, ou da rua para a tua casa, a tua consciência vai sempre contigo... Da tua casa só podes fugir para o teu coração. Porém, para onde fugirás de ti mesmo?" Nos tempos de hoje temos o dever de saber que há uma pandemia – e que o chamado vírus SARS-CoV-2, em vez de se deixar ficar a dizimar pessoas no chamado Terceiro Mundo, resolveu ser mais igualitário e fazer pesadas baixas em países menos habituados a essas crises sanitárias. Também sabemos que não há poções mágicas – as vacinas não se fazem à velocidade desejada e as farmacêuticas são poderosas entidades que, lá bem no fundo, visam lucrar com a “desgraça alheia”. “A mais profunda raiz do fracasso nas nossas vidas é pensar, “como somos inúteis e fracos!”. É essencial pensar poderosa e firmemente, “nós conseguimos”, mas sem ostentação ou preocupação.” ( Dalai Lama) Também nestes dias, que não são os nossos temos, temos de ter a consciência de que, mesmo cumprindo os cuidados tantas vezes repetidos – distância física, máscara a tapar boca e nariz, lavagem insistente das mãos, confinamento máximo –, qualquer um de nós, ou um dos nossos familiares e amigos, pode ser vítima deste virus e que tudo isso causa medo a todos, incluindo a jornalistas, fazedores de opinião e responsáveis de órgãos de informação. Sabemos também que toda a imprensa, escrita e falada, está em crise, que sofrem a ameaça das redes sociais, a competição por audiências, as redacções desfalcadas, os ritmos de trabalho acelerados impostos aos que nelas restam, a precariedade laboral de muitos jornalistas e outros que se “parecem” com jornalistas. “Falemos a verdade, seja ela qual for, clara e objectivamente, usando um toque de voz tranquilo e agradável, liberto de qualquer preconceito ou hostilidade. Se os nosso sonhos estiverem nas nuvens, não nos preocupemos, pois eles estão no lugar certo; agora construamos os alicerces.”(Dalai Lama) Mas mesmo sabendo tudo isto, não podemos aceitar o tom agressivo, quase inquisitorial, usado principalmente nas TVS, condicionando o pensamento e a respostas, mesmo daqueles que são escolhidos a “dedo” para ser entrevistados. Não aceitamos a obsessão opinativa, destinada a condicionar a recepção da notícia, em detrimento de uma saudável preocupação pedagógica de informar. E não podemos admitir o estilo acusatório com que vários jornalistas e, pseudojornalistas, se insurgem contra governantes, cientistas e até o infatigável pessoal de saúde por, alegadamente, não terem sabido prever o imprevisível – doenças desconhecidas, mutações virais – nem antever medidas definitivas, soluções que nos permitissem, a nós, felizes desconhecedores das agruras do método científico, sair à rua sem máscara e sem medo, para perspectivar um futuro que ninguém sabe prever, nem pode saber. "Nos últimos 20 anos, tivemos seis ameaças significativas: Sars, Mers, Ebola, gripe aviária e gripe suína", disse à BBC News o professor Matthew Baylis, da Universidade de Liverpool. "Escapamos de cinco balas, mas a sexta nos apanhou. E esta não é a última pandemia que vamos enfrentar. Por isso, precisamos olhar mais de perto as doenças em animais selvagens." E para finalizar nada melhor que relembrar Fernando Pessoa.” “Eu sei que por algum tempo vou-me manter oscilante entre a razão e o desejo. Algumas decisões são tomadas com o coração inquieto e o pensamento tomado por muitas coisas que aconteceram e acontecem, tudo misturado. Sei também que o tempo vai ser meu amigo para essas coisas da vida. Com coragem eu sigo, nessa velocidade que não temo, nem mesmo de ousar ser feliz.”

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