sábado, setembro 24, 2022

“Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida”. ( Seneca.)

“Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida”. ( Seneca.) Há momentos da nossa vida que deviam ser eternos. É por isso que devemos tomar as rédeas do tempo, exercer gratidão e “saborear” os momentos que nos dão prazer, como disse José Saramago, “não tenhamos pressa, mas não percamos tempo“. Por vezes, damos por nós a pensar que “precisamos de mais tempo”, tempo para “existir” para além deste “tempo”, tempo suficiente para decidir o que fazer com o tempo que temos. Porque, como disse Benjamin Franklin, “ o tempo perdido nunca será encontrado novamente“, e tal leva-nos a que nem sempre temos essa noção, precisamos de dar importância ao valor que temos e aproveitar a vida, mas também assumirmos o seu controlo. O mesmo acontece com o tempo: embora assumindo que ele é, inevitavelmente, imparável, “o tempo leva tudo, quer queiramos quer não”( Stephen King), devemos tentar tomar as rédeas e não deixar que ele nos domine. Duma maneira o de outra, todos passamos por isto, e por vezes, ou quase sempre nos esquecemos que o nosso “existir” tem um “principio” e um “fim”, e temos que o saber viver como o “intervalo” entre os dois, talvez por isso “o problema é que achamos que tempos sempre tempo”. (Buda), e nunca pensamos ou acreditamos que somos finitos. Dizia Fernando Pessoa que “o valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.” Todos nós sentimo-nos por vezes, sem um horizonte de futuro – ainda que a previsão de Fukuyama não se tenha confirmado nem a História chegado ao fim… – dançamos como baratas tontas ao som de uma orquestra que só conhece árias antigas, desafinada e desprovida de maestro e às tantas damos por nós, a almoçar ou a tomar um café e a pensar nos problemas que temos para resolver e nas coisas que nos afligem, tendo dificuldade em concentrar-nos no presente e não pensar no futuro, (também conhecido como sofrer por antecipação). Todos já tivemos estas experiências difíceis. Isto faz parte de nossa passagem, no intervalo entre o “principio e o fim”. A propósito da passagem do tempo, e levando a sério a poesia e a poesia a sério, é-nos impossível não recordar Álvaro de Campos (Fernando Pessoa) e o seu poema Aniversário: “No tempo em que festejavam o dia dos meus anos, / Eu era feliz (……..…)”. Suponho que seja assim para toda a gente, ou como disse Paulo Coelho:” Só existe uma maneira de nos livrarmos das experiências amargas: “viver o presente. Aproveite sempre o agora.” Como diz a célebre frase imortalizada pelos hippies: "Hoje é o primeiro dia do resto da minha Vida".

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