quinta-feira, fevereiro 11, 2021

“O mundo da realidade tem seus limites. O mundo da imaginação não tem fronteiras.” (Jean-Jacques Rousseau)

  “O mundo da realidade tem seus limites. O mundo da imaginação não tem fronteiras.” (Jean-Jacques Rousseau)

 Um amigo meu costumava dizer-me que nunca “podemos confundir o “direito à liberdade de expressão” como sinónimo de “vale tudo” porque quando vale tudo significa cavar um fosso para que a nossa liberdade não exista.” Quem guarda memórias não vive no passado, faz do passado um tempo presente e futuro. Olhar para as raízes do tempo é compreender melhor o que está e o que virá, com sabedoria, com afectividade, e nunca o seu contrário. Uma das dificuldades que temos é que conhecemos muito pouco da realidade, não sabemos bem o que aí vem e não sabemos bem quanto tempo vai ainda durar. Como disse Albert Einstein: “Existe uma coisa que uma longa existência me ensinou: toda a nossa ciência, comparada a realidade, é primitiva e inocente; e, portanto, é o que temos de mais valioso.”

Nestes tempos em que vivemos dias perigosos, veio-me à memória este avisado conselho, em que está não apenas em jogo a eficácia no combate à pandemia, como o modelo de relação social de uns com os outros e de todos com a lei. A impaciência, o sofrimento, as agruras das crises sempre foram oportunidades para rupturas e o prolongamento do confinamento, aliado à "incerteza do momento", está ser um dos  "causadores de ansiedade nas pessoas". Temos de aceitar que andamos mais nervosos, mais tristes à vezes, mais irritados, mais tensos e que isso é normal. “Para tornar a realidade suportável, todos temos de cultivar em nós certas pequenas loucuras. Se sonhar um pouco é perigoso, a solução não é sonhar menos é sonhar mais.”(Marcel Proust)

O chamado “descontrolo da pandemia” que tem ecos na desinformação constante que a imprensa em especial as tvs fazem eco (que, felizmente, parece ter os dias contados), os casos das vacinas tomadas abusivamente, claro que houve falhas , os oportunismos da oposição, que nunca apresenta alternativas, os exageros da imprensa e, principalmente, o cansaço começam a contaminar a confiança, a promover o niilismo e a instigar comportamentos extremos, lembro-me da observação de HL Mencken: “Para cada problema complexo, há uma resposta que é clara, simples e errada”.

Temos de admitir que estamos ainda muito longe de ganhar esta batalha, mais distantes ainda de vencer a guerra e, é por isso que ainda não será hora de baixar os braços, relaxar seria o pior sintoma neste momento. Quem guarda memórias olha para os acontecimentos e vê neles um fio estendido, que vem de tão longe e pode projectar-se para tão longe. Os cidadãos devem manter-se em casa e cumprir, sempre que possível, o teletrabalho. Este regime é obrigatório, mesmo que, quando olhamos para o nível de tráfego em certas estradas, nos pareça apenas facultativo. A realidade que nos envolve tem sido tão extrema nos últimos tempos que a sátira se tornou quase impossível. Tudo quanto se pudéssemos imaginar acontece mesmo. Não desanimemos, haja pensamentos positivos. Mas haja sobretudo acção individual e colectiva consciente, para as coisas não irem de menos mal para uma boa prestação, mas sim para servir os cidadãos. Quem guarda memórias habita o mundo com um saber feito dos outros, da terra funda, da comunidade, e tudo isso passa para nós, é-nos proporcionado, dando-nos com dedicação esse mundo imenso feito de vida.” Na realidade, talvez não exista nenhuma de nossas paixões naturais tão difícil de subjugar como o orgulho. Disfarce-o, lute com ele, derrube-o, sufoque-o, humilhe-o tanto quanto desejar, e ele ainda está vivo, e aparecerá de vez em quando e se mostrará.”(Benjamin Franklin)

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