"A razão porque não achamos o descanso é porque buscamos onde não está.”(Padre António Vieira)
Há que perceber que agora estamos instalados neste “novo normal” e que é em função desta realidade que temos de viver a nossa vida. Muitos de nós tem passado todos estes meses com as cautelas que são e foram determinadas pelas regras de saúde publica, (como a utilização de máscara, a distância física, a higienização das mãos e a etiqueta respiratória) mas não devemos, nem podemos deixar de olhar para a floresta como um todo e não apenas como uma árvore, porque muitos de nós não deixa de conhecer muitos casos de amigos e até de conhecidos, que não se eximiram , às “jantaradas” quer no período natalício, quer na passagem de ano, com muitas pessoas para além do que era aconselhável, e por mais inacreditável que nos pareça, mesmo nestes tempos de agora isso acontece. Como tudo isto é possível estar a acontecer, com toda a informação mais do que bastante para conhecerem os riscos em causa? Fará sentido algum que o decidido pelos outros, por aqueles que agem de acordo com o princípio individualista de que só aos outros acontecem os males, que afinal, mais tarde ou mais cedo acabam não só por lhes virem bater à porta, mas por atingirem outras pessoas que foram cumpridoras!? Talvez seja bom relembrar o que disse Clarice Lispector:” A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade.”
Este é um momento difícil para todos, mas não é
altura para baixar a guarda. Chegou a hora de sermos mais solidários no exercício
da cidadania, se não percebermos e praticarmos isso, não estaremos à altura
neste desafio das nossas vidas, nem dar um exemplo as nossos filhos, ou aos
nossos netos, por um país solidário e confiante que temos futuro. Não
sejamos apenas um mero espectador da nossa vida, as nossas atitudes são responsáveis por
tornar a nossa vida maravilhosa e extraordinária. Como disse Platão. ”Não
espere por uma crise para descobrir o que é importante na sua vida.”(Platão)
Quem vive nessa bolha
de amnésia, egoísmo e indiferença pelo bem comum, finge não saber que, só no
fim-de-semana, foram milhares os infectados por não cumprirem as regras de saúde.
Entre um café e outro, como se de queijo se tratasse, apagam da memória a
responsabilidade que não querem assumir a sua real responsabilidade. Nestes
tempos ou a
sociedade percebe (e muda os comportamentos), sendo inadmissível que em
simultâneo, num mundo ao contrário, há quem faça das excepções a parte mais
importante das regras a cumprir. “Fechar é fechar, confinar é confinar, não é
confinar mais ou menos, não é fingir que confina.”(Marcelo Rebelo de Sousa,
presidente da República) .
Não temos dúvidas
que há toda urgência no nosso país impor mais grilhetas para obedecer às regras
do achatamento das mortes, por isso à que
avaliar com muito mais rigor as situações
excepcionais previstas e a diminuí-las “porque as pessoas estão a ter
interpretações muito criativas”. Em caso de dúvida, não invente: FIQUE EM CASA. “Estamos a pôr todos os meios que existem no
país a funcionar, mas há um limite e estamos muito próximos do limite. E os
portugueses precisam de saber disso.”(Marta Temido, ministra da Saúde)
“Ver é
ser visto. Por quem? Por tudo. Como se as coisas tivessem um girassol no meio.
Mesmo as mais opacas. Sem isso não veríamos nada. Nós não somos o Sol. Apenas
um olhar onde, pela meditação das coisas, tudo se torna solar. Até a noite.”
(Eduardo Lourenço, in Da Pintura)
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