sexta-feira, julho 11, 2008


"As críticas de Manuel Alegre têm já muitos anos, vivo bem com elas e respeito o seu ponto de vista. Pelo contrário, [essas críticas] só me animam a governar melhor" ( primeiro ministro José Sócrates)




Impensável ... 34 anos após o 25 de Abril de 1974!


Aproveito para exprimir a minha gratidão a todos aqueles que aqui manifestaram verdadeira solidariedade no caso do "rato de esgoto" (para mim, teria sido muito mais simples, fazer como quase todos os outros...comer e calar! Certamente que o "rato" não me teria "roído" toda a galeria... Paciência!)! Aos outros, que me deram palmadinhas nas costas e depois foram fazer "festinhas" ao "rato" (como eu os percebo )
Fiquem bem!
O "rato" deve estar aí a aparecer

“-Antigamente, nós sabíamos quem eram os censores, hoje não se sabe. Há uma teia de fontes e relacionamentos que tornam difícil identificar de onde vem o aviso, o toque no ombro.......

Trinta e quatro anos voaram sobre o 25 de Abril de 1974. Para se perceber o significado desta data, há que ouvir as histórias dos que viveram aqueles tempos. A censura mergulhou o país num medievalismo oculto e sombrio, onde não havia espaço para vozes discordantes do regime. Salazar via os jornalistas como uma ameaça à imagem imaculada que ele queria dar do país. Por isso, dizia que a imprensa era o “alimento espiritual do povo e como qualquer alimento tinha de ser vigiado”. Hoje os tempos são outros e nem nos apercebemos do milagre que é a liberdade de expressão e opinião. Todos os dias nascem novas publicações, revistas, “sites”, “weblogs”, etc,etc. Qualquer um parece poder dizer o quer, mas como vemos há ainda excepções ......
Mas que herança ficou dos censores do Estado Novo?

Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram o meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei .
No terceiro dia vieram e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar...
(Martin Niemöller, 1933 - símbolo da resistência aos nazistas. )


Governar em democracia é um “pouco” mais difícil do que governar em ditadura, a democracia tem uma série de “inconvenientes” que a ditadura resolve silenciando as opiniões

Não há fome que não dê em farturas

O segredo é a alma do negócio! A minha receita das farturas não está muito correcta, mas a vida é assim. Se a tigela é boa....... e estas foram das melhores farturas que comi!

Ensinaram-me que os problemas têm sempre uma solução ou se não têm percebe-se porquê, por mais complexos que sejam. Aprendi com a vida que às vezes existe mais que uma solução e o verdadeiro problema acaba por ser a escolha dessa solução… Mas nunca ninguém me tinha dito que, apesar de existir uma solução, não interessa ou não é relevante alcançá-la. É como se a resolução do problema constituísse em si mesmo um fim – o resultado nunca aparece, esgueira-se subrepticiamente por entre as inúmeras fórmulas, parece um fantasma à nossa frente como a cenoura à frente do burro. Caminha-se mas não se alcança, pensa-se mas não se age.
Chegámos a um ponto em que o estar já não cabe dentro do ser. Este incómodo acabará um dia por desabar sobre todos nós. É que não há fingimento que perdure para além do disfarce nem lei que resista à sua própria iniquidade.
Há ainda quem não entenda, nem nunca vão entender, que a ética é mais exigente que a própria lei, sobretudo quando se trata de actos políticos. Não faz sentido esperar que a lei determine se um determinado acto é legal ou ilegal - a sua eventual legalidade não legitima o acto do ponto de vista ético. Há muitos exemplos em política e quase sempre as vítimas de processos reclamam inocência após decisão judicial, esquecendo-se que o que está em causa são comportamentos eticamente condenáveis e não apenas ou só a prática de actos ilegais. Convém não menosprezar estes ‘sinais’… A arrogância e a prepotência são típicas de quem não tolera a independência dos outros, dos incompetentes e incapazes de encontrar qualquer solução embora sejam também um eficaz meio de atingir objectivos - felizmente em democracia têm um período de vida útil muito curto!