sábado, julho 09, 2022

É inútil tentar demover fanáticos.

É inútil tentar demover fanáticos. Sempre devemos tentar compreender os dois lados de uma história mal contada. Todavia, quando se descobre o lado verdadeiro, nunca entendemos o lado hipócrita daqueles que continuam a insistir na mentira. Isto a propósito da pretensa “falta de médicos” no SNS (Serviço Nacional de Saúde), temos que ”bater as palmas às leis do futebol” no qual se refere que se um jogador de um clube quiser ir para outro que lhe pague mais, o clube onde está diz-lhe:” só vais se tu ou o clube para onde queres ir pagar os custos que tivemos com a tua formação…” Será que fazem uma “pequena ideia” quanto custa, dos nossos impostos”, a formação de um ou uma médico(a)? Segundo as estatísticas oficiais em 2005 nasceram em Portugal 109399 bebés e havia 1418 obstetras e 1434 pediatras, em 2021 nasceram em Portugal apenas 79582 bebés (menos 27,26%) e havia 1861 obstetras (mais 31,24%) e 2297 pediatras (mais 60,18%), nesta curiosidade estatística, cada um tire as conclusões que quiser!!! Juan Luis Cebrián, fundador do El País, definiu notícia como a informação que pelo menos uma pessoa gostaria que não fosse do conhecimento público. Nada mais que alerta entre a “ficção e a realidade” neste desfasamento caricato, de que todos nós, somos ao mesmo tempo vítimas e culpados, por sermos a “sustentação” deste fanatismo, no qual há verdade fundamentais sobre o que move estes “pseudo-médicos políticos – o oportunismo, a pusilanimidade, a propensão para o expediente e o subterfúgio.”O fanatismo é a única forma de força de vontade acessível aos fracos.”(Friedrich Nietzsche) Relembro que Margaret Thatcher, gostava de deitar água nessa fervura: “Muitos jornalistas cederam à teoria conspirativa da governação. Asseguro-vos de que produziriam trabalho mais acertado se aderissem à teoria da trapalhada”. Tendo a concordar. O que por regra justifica as polémicas não são grandes e insondáveis conspirações, engendradas por mentes superiores; são asneiras provocadas pelas falhas humanas mais básicas, como a vaidade ou a sede de protagonismo, a incompetência a cumplicidade ou a rivalidade pessoal. Mas o maniqueísmo =(baseado na existência de dois princípios opostos e inconciliáveis) não serve este debate. “ Só depois de escalar uma grande montanha se descobre que existem muitas outras montanhas para escalar”. (Nelson Mandela - Da autobiografia “O longo caminho para a liberdade”, 1994). Quando se perde lá longe na cadeia de comentários, tweets, páginas, blogues o facto de que uma maçã não é uma banana, está ganho um combate que infelizmente é cada vez mais vitorioso. Quando, depois, jornalistas aceitam amplificar como sendo um “facto” de que afinal uma maçã é uma banana, ou que a redes sociais “fervem” com aquilo que dizem ser uma “banana” e afinal é uma maçã, perde-se uma forma fundamental de mediação da realidade por uma profissão cuja função é a de informar para nos tornar melhores cidadãos. O mesmo se passa com a sistemática desvalorização do saber profissional e técnico, com uma forma de igualitarismo que resulta numa apologia da ignorância. Como dizia Voltaire. “ O fanatismo tem produzido mais males que o ateísmo." A realidade é quando se arruma a carteira de jornalista e usa em seu lugar a licença de vidente, os factos, que, como sabemos são caprichosos, teimam em não lhe dar razão. Termino com um sentimento de profunda tristeza e a sensação de que estamos a assistir ao vivo e a cores ao homicídio involuntário (?) do jornalismo.” O mais trágico é que nunca ninguém imaginou que fossem os próprios jornalistas a matá-lo.”

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