quinta-feira, maio 26, 2022

“A vida é maravilhosa se não se tiver medo dela.”

“A vida é maravilhosa se não se tiver medo dela.” (Charles Chaplin) Nestes tempos pelos quais vamos “passando”, vamos percebendo aos poucos tudo o que já perdemos, e entre muitas outras coisas e no meio de tudo isto, é de anotar a “suspensão” dos almoços e encontros com os amigos(as), os almoços de família, principalmente aos domingos ou os(as) avós passarem dias e semanas sozinhos(as), mais do que era habitual, parece um assunto menor, mas não é! Como terá dito Charles Bukowski: "Há coisas piores do que estar só, mas costuma levar décadas até que o percebamos. E, frequentemente, quando o conseguimos, é demasiado tarde. E nada pior do que ser demasiado tarde.“ A realidade é que perdemos hábitos, intimidade, relação. Os mais velhos perdem mobilidade, motivação, realização. Os mais novos perdem experiências, relação, sentido de comunidade e de família. E tudo isto reflecte-se em mais ansiedade, medo, menos exposição às coisas que nos custam um bocadinho (e quando não nos expomos em doses pequenas, as coisas difíceis tornam se cada vez mais difíceis, até se tornarem impossíveis!). Traduz-se em menos vida, mesmo que os corações estejam a bater e os sinais vitais dentro dos valores de referência. No entanto como disse Confúcio nesta frase que lhe é atribuída: “A única maneira de não cometermos erros é não fazendo nada. Esta maneira de não fazer nada, no entanto, é certamente um dos maiores erros que se poderíamos cometer em toda a nossa existência.” É tempo, sendo também uma oportunidade de fazer um ponto de situação sobre o futuro a partir de um presente que já não é o mesmo que pensávamos ter. Este é o tempo de continuarmos a acreditar e de ter um sentido de confiança estratégico para o futuro. É essa a insustentável leveza da confiança que queremos ter. Embora, no geral, só aos poucos vamos percebendo tudo o que se perdeu. Lembram-se quando falavam do virus “covid” como “um tempo de guerra?” Sempre achamos a comparação um pouco absurda, mas vemos agora um paralelismo entre ambas na forma como lhes reagimos: durante a “crise” ficamos em modo de sobrevivência, tudo o resto parece e parecia acessório. Só queremos que a crise passe, que o conflito acabe. Mas só os muito ingénuos é que podem pensar que a pandemia ou a guerra acabam no momento em que se desliga um qualquer botão. E que tudo regressa ao normal, como se nada tivesse acontecido. “Pode-se enganar a todos por pouco tempo, pode-se enganar alguns o tempo todo, mas não se pode enganar a todos o tempo todo….As dificuldades são desculpas que a história nunca aceita….. O homem tem que estabelecer um final para a guerra, senão, a guerra estabelecerá um final para a humanidade.”(John Fitzgerald Kennedy) É preciso ter cuidado, é preciso ter bom senso, mas é preciso ter mais vontade de viver, do que medo. Seja do que for. Não podemos esperar que os tempos complicados acabem para voltarmos a estar juntos e fazermos as coisas que gostamos porque, como está à vista de todos, os dias viram semanas, e as semanas viram anos, e as guerras e as doenças surgem dos sítios mais inesperados. Sobretudo os avós não podem ficar para amanhã. Nós somos muito aquilo que somos capazes de partilhar e ao fazê-lo estamos claramente a dar um sinal muito positivo em relação à nossa integração numa sociedade que se quer aberta e focada no futuro :“Se não foi hoje, amanhã será. Se não for amanhã, um dia há de ser. A paciência é uma das maiores virtudes do ser humano, tenha calma e espere sua vez de vencer… O mundo dá voltas, aqui caímos, logo ali nos levantamos”.(William Shakespeare) Não nos podemos é acomodar a esta situação e relembrar aquilo que aprendemos dos nossos avós: “Que quando alguém grita, bebemos um copo de água e respiramos fundo, mas vamos em frente.”

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