terça-feira, abril 19, 2022

SOU CONTRA O FANATISMO. SINTO-ME SOFUCADO!!!

SOU CONTRA O FANATISMO. SINTO-ME SOFUCADO!!! Nestes tempos vivemos num mundo de definições, que tenta direcionar nossa forma de pensar e aonde pertencer, mas quanto mais definimos a nós e ao meio ambiente, mais criamos limites à nossa própria maneira de viver. Como disse Friedrich Nietzsche: “O fanatismo é a única forma de vontade que pode ser incutida nos fracos e nos tímidos.” A realidade é que a guerra está aí. Feroz. Selvagem. Com ecos de violência há muitas décadas desaparecidos (ou quase…) da Europa. Todos nós devemos ter plena consciência de que quem controla as redes sociais ( Facebook, instagram, Twitter, etc etc) e a imprensa (jornais e televisões) também nos controla a nós..( ou pretende controlar). Isto não é uma teoria da conspiração, são factos dos quais devemos de ter conhecimento público. E, aqui, a realidade supera a imaginação. As nossas atividades, e as nossas faltas de atividade, são registadas, estudadas e as conclusões são usadas. Somos transparentes enquanto navegamos, e interagimos, no mundo digital, e deixamos mais informação sobre nós mesmos do que aquela que nos passa pela cabeça, certamente mais do que aquela que quereríamos deixar, tudo isto e desde logo, porque nos sentimos livres. A realidade é que quanto mais livres nos sentimos, sem o “sermos”, curiosa ironia, na “pretensa” gestão das escolhas que fazemos quando estamos online, mais informações deixamos sobre nós mesmos.“Nunca podemos ter certeza de que a opinião que tentamos sufocar é falsa; e se tivéssemos, sufocá-la continuaria sendo um mal.”(John Stuart Mill). A consciência, ou ilusão, de que ali somos inteiramente livres no que fazemos ou dizemos é o motivo deste nosso cárcere no qual somos “limitados” neste tempo. Quando assim agimos como se não estivéssemos a ser observados, mas estamos, revelamos quem somos e a nossa própria intimidade, nos gostos e pensamentos. “Pois é aqui que chegámos, é aqui que estamos, a propósito da guerra na Ucrânia, estamos a viver: num clima de intimidação concertada sobre o pensamento como nunca antes vimos ou sentimos . Quem não pensa exactamente segundo a cartilha pronta a pensar fornecida pela NATO e pelos países-guia do mundo ocidental é imediatamente catalogado como amigo de Putin e cúmplice moral das atrocidades russas na Ucrânia.”( Miguel Sousa Tavares, in Expresso, 14/04/2022) Pensar é, pois, difícil sempre que não se trate de repetir o que outros pensam ou que já está pensado. Há momentos na sociedade em que pensar se torna particularmente difícil. Pensar no atual contexto é submeter ponto por ponto esta narrativa ao escrutínio da razão e da reflexão. Implica muitos riscos, nomeadamente o de ser considerado traidor, talvez ao serviço do inimigo. Certo destes riscos (aliás, já concretizados), atrevo-me a pensar. Como disse Buda:” Somos o que pensamos. Tudo o que somos surge com nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, fazemos o nosso mundo.” Podemos concluir que afinal temos aprendido muito pouco. Continuamos a sobrepor as emoções à razão, e a ver o mundo a preto e branco. As nossas mentes continuam a ser moldadas de modo a aceitarmos visões simplicistas de realidades complexas. Perceções maniqueístas dão-nos mais conforto por confirmarem os nossos preconceitos e as nossas “certezas”. Bons e imaculados de um lado, maus e intragáveis do outro. Os bons nunca cometeriam crimes de guerra ou contra a humanidade, apenas porque são bons. O fact checking encontra-se missing in action….. “Uma mentira pode dar a volta ao mundo, enquanto a verdade ainda calça seus sapatos.“ ( Mark Twain

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