WE ARE ABLE TO DO OUR BEST! “É das coisas, que os sonhos são feitos.” It is about things, that dreams are made." (William Shakespeare
quarta-feira, maio 26, 2021
“Carpe diem. Aproveitem o dia. Tornem suas vidas extraordinárias.” (Frase do filme A Sociedade dos Poetas Mortos)
“Carpe diem. Aproveitem o dia. Tornem suas vidas extraordinárias.” (Frase do filme A Sociedade dos Poetas Mortos)
Aqui sentado no meu canto relembro os tempos em que havia espaço e tempo para as pessoas se dedicarem uns aos outros. A propósito do sistema de vacinação calhou-me a tão badalada AstraZeneca e, como a maioria dos vacinados com esta vacina, não tive qualquer efeito secundário.(Bem sei que ainda falta a 2ª dose). Receber a vacina e ver tanta gente a ser vacinada, parece-nos se como um “ rastilho” para dias melhores. Talvez por isso, sentimos que cada dia que passa, estamos mais perto de uma certa normalidade, enquanto o nosso espírito permanece vivo, como um sonho de documentar o passado e dar ritmo ao futuro , talvez, nestes tempos que não são os nossos, nos falte a preocupação pelo outro, pelo futuro e pelos grandes desígnios da vida. “Nunca deixe que alguém lhe diga que não pode fazer algo. Se tem um sonho, tem que protegê-lo. As pessoas que não podem fazer por si mesmas, dirão que você não consegue. Se quer alguma coisa, vá e lute por ela. Ponto final.” (Frase do filme À Procura da Felicidade)
Por vezes sentimos como um dever e pensamos que talvez seja essa uma missão, espalhar as palavras, como um sinal de dar esperança às pessoas, porque se não tivermos esperança desistimos e não fazemos nada, enquanto as solicitações do consumismo nos toldam as mentes e o instinto de sobrevivência entra em modo de autodefesa o que nos leva a concorrermos uns com os outros por tudo e mais alguma coisa. E sentimos que não tempos tempo para viver a nossa vida. Como dizia Albert Einstein: “A imaginação é mais importante que a ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro.”
No meu entendimento faço os possíveis para não cair na tentação de achar que o passado pode ser mais relevante que o presente. Claro que toda a nossa história é importante, mas infinitamente menos do que o nosso presente, sendo claro também que sem a história não haveria presente. Por mais que se compreenda as razões sentimentais e históricas que levam a comportamentos, as implicações no presente de erros cometidos no passado, que impulsionam o incumprimento de todas as regras que salvam vidas, parece-me infelizmente incontornável. Como disse Seneca. ”Dedica-se a esperar o futuro apenas quem não sabe viver o presente.”
Amanhã, dia 27 de Maio de 2021 passam 150 anos sobre a realização da 1ª. Sessão das Conferências Democráticas, realizadas no Casino Lisbonense, no dia 27 de Maio de 1871. Na sua entrevista publicada no jornal Público de 5 de março de 2021, o primeiro ministro Dr António Costa (pág 6)….”recomendo sempre vivamente a leitura das “Causas da Decadência dos Povos Peninsulares, de Antero de Quental, que ajuda bastante a explicar tudo o que ainda hoje nos acontece. Toda esta História só nos deve servir para a transformarmos em lição, de modo a não repetirmos no futuro os erros que cometemos no passado.”
Antero de Quental pretendeu com o seu, que consta no livro recomendado e citado atrás, nada mais, nada menos do que explicar o atraso registado pelos dois países da Península Ibérica, Portugal e Espanha, desde o século XVII. Numa altura em que não só Portugal e Espanha, mas toda a Europa vive uma crise profunda dos seus valores e o projecto político e cultural da União Europeia cada vez se nos afigura mais adulterado, faz sentido relembrarmos essas causas de decadência que Antero apontou no século XIX e reflectir como certos atavismos podem infiltrar-se no tempo e corroer realidades aparentemente bastante diferentes.
“Ninguém desconhece que se está dando em volta de nós uma transformação política, e todos pressentem que se agita, mais forte que nunca, a questão de saber como deve regenerar-se a organização social. (…) investigar como a sociedade é, e como ela deve ser; (…) e, por serem elas as formadoras do homem, estudar todas as ideias e todas as correntes do século”. (CAUSAS DA DECADÊNCIA DOS POVOS PENINSULARES, DE ANTERO DE QUENTAL)
terça-feira, maio 18, 2021
“Better to add life to the days than days to life.” (Rita Levi-Montalcini)
“Better to add life to the days than days to life.” (Rita Levi-Montalcini)
We all know how difficult it is today to know how to distinguish a fact from an opinion. We have, therefore, that in reality there is a part of us that forms its opinion from the news that we read, but we also have the clear perception that most of us do so based on the opinion of the commentators, understood as facts. One of the consequences in these times in which we live is that we begin to doubt or even bore the possibility of opinions being falsified by dubious news, since when the journalist reports badly, it is useless to expect the commentator, based on what he has read and listened, comment well. There is a strong relationship, when it is said that the solution to the problems lies in looking within ourselves; he says that people have all the answers to solve their problems and find meaning in their lives. “Life is what happens while making plans for the future. Enjoy every moment of your life, and have great reasons to smile and show gratitude for living. ”(John Lennon)
In this sense, it is never too much to repeat that each one of us, as citizens who strive for the exercise of citizenship, not only in each one, but in all the news that we “relay”, we are always and only the faithful custodians of the trust that others place their trust in us, and that is why we should never betray that trust when trying and wanting to inform, having the perception of what advertising is to convince, making it a vehicle for other interests that surpass us, but never allowing this way of controlling people's lives , focused on themselves, not worrying about what's going on around them. This was not, is not, the “best we can do”, nor the best we can be. Do we want to be past or present? We are better than the past. We are the present. No one knows the whole story, because it resides in each person's life. Our past explains to us who we are, but what we decide to do today is what defines who we want to be.
After all, we need to make a choice about the society in which we want to live: in a society in which people feel increasingly disconnected from each other, increasingly atomized and lonely, or in a society in which we reconnect and return to be together? If we choose the second, we have to recognize that there are commitments that we will have to make: between our immediate, short-term interest and the collective interest; between freedom and fraternity; between convenience and community. The choice is ours. The future is, after all, in our hands. “What surprises me most about humanity, are the" men ". Because they lose their health to save money. Then they lose money to regain their health. And because they think anxiously about the future, they forget about the present in such a way that they end up living neither the present nor the future. And they live as if they would never die ... ... And they die as if they had never lived. ”(DALAI LAMA)
“Melhor acrescentar vida aos dias do que dias à vida.”(Rita Levi-Montalcini)
“Melhor acrescentar vida aos dias do que dias à vida.”(Rita Levi-Montalcini)
Todos nós sabemos como nos tempos de hoje se torna difícil saber distinguir um facto de uma opinião. Temos, assim, que na realidade há uma parte de nós que forma a sua opinião a partir das notícias que lemos, mas também temos a clara percepção que a maior parte nós o faz com base na opinião dos comentadores, entendida como factos. Uma das consequências nestes tempos em que vivemos é que começamos a duvidar ou até algo enfadados para a possibilidade de as opiniões estarem falseadas por notícias duvidosas, dado que quando o jornalista informa mal, é inútil esperar que o comentador, baseando-se no que leu e ouviu, comente bem. Há uma relação forte, quando se diz que a solução para os problemas está em olharmos para dentro de nós; diz que as pessoas é que têm todas as respostas para resolverem os seus problemas e encontrarem significado para as suas vidas. “A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro. Desfrute cada momento de sua vida, e tenha óptimos motivos para sorrir e demonstrar gratidão por viver.”(John Lennon)
Neste sentido, nunca é por demais repetir que cada um de nós, como cidadãos que pugnamos pelo exercício da cidadania, não só em cada uma, mas em todas as notícias que “retransmitimos”, somos sempre e só os fieis depositário da confiança que os outros depositam em nós, e por isso nunca devemos trair essa confiança ao tentar e querer informar, tendo a percepção do que é propaganda para convencer, fazendo de veiculo de outros interesses que nos ultrapassam, mas nunca permitir esta forma de controlar a vida das pessoas, concentradas que estão em si mesmas, não se preocupando com o que se passa à sua volta. Isto não foi, não é, o “melhor que nós conseguimos fazer”, nem o melhor que nós conseguimos ser. Queremos ser passado ou presente? Nós somos melhores que o passado. Nós somos o presente. A história “toda” ninguém a sabe, porque essa reside na vida de cada uma das pessoas. O nosso passado explica-nos quem nós somos, mas o que nós decidimos fazer hoje é que define quem é que nós queremos ser.
No fim de contas, precisamos de fazer uma escolha sobre a sociedade em que queremos viver: numa sociedade em que as pessoas se sentem cada vez mais desligadas umas das outras, cada vez mais atomizadas e solitárias, ou numa sociedade em que nos religamos e voltamos a estar juntos? Se escolhermos a segunda, temos de reconhecer que há compromissos que teremos de fazer: entre o nosso interesse imediato, de curto prazo, e o interesse colectivo; entre liberdade e fraternidade; entre conveniência e comunidade. A escolha é nossa. O futuro está, no fim de contas, nas nossas mãos. “O que mais me surpreende na humanidade, são os "homens". Porque perdem a saúde para juntar dinheiro. Depois perdem dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... ... E morrem como se nunca tivessem vivido.”(DALAI LAMA)
domingo, maio 16, 2021
“ Só as mãos que se estendem para a frente interessam.” ( Mário Dionísio- poeta português)
“ Só as mãos que se estendem para a frente interessam.”
( Mário Dionísio- poeta português)
Nestes tempos, como noutros, assistimos a uma narrativa dos acontecimentos que perturbam as nossas rotinas, e que em simultâneo percorre diversos estados emocionais, o que nos leva a sentir que temos liberdade, mas no fundo não a temos. Há uma realidade que ao olhar para as fortunas que se gastam a tentar descobrir drogas que nos ponham a dormir, sem nos dar cabo do cabaço, e depois olho para o sono solto do meu Júnior ( é o meu cão) e pergunto se não faríamos melhor em estudar o jeito que os cães têm para dormir. Quando está a dormir, o Júnior ausenta-se absolutamente do mundo e de todos os seus incómodos. Não há sol, por muito brilhante, que lhe penetre as pálpebras e todas as persianas de que elas dispõem. Tudo leva a querer que compreendeu os ensinamentos da sabedoria e, agora pode dormir o sono dos justos ! “Eu sei que o silêncio muitas vezes tira a vontade de alguém ouvir uma palavra, mas tem hora que as palavras doem mais do que o silêncio.”( Karl Marx)
Segundo dizia o filósofo Avicena, que numa sua referência ao tolos , “um sábio sabe sempre a diferença entre as coisas que estão certas e as que estão erradas. Quanto ao “tolo” não sabe disso. Então qual será a solução: bata-se nele com um chicote até que ele grite: "basta, basta: isso é errado". Pronto. Agora ele aprendeu a diferença entre o certo e o errado.” É claro que isto era noutros tempos. Ou talvez seja como disse Simone Weil :“ A alegria é a nossa evasão do tempo. O bem é aquilo que dá maior realidade aos seres e às coisas; o mal é aquilo que disso os priva.”
Mas de volta ao Júnior quando acordado não há nada que não ouça, não cheire, ou não veja. Mas quando dorme é como se estivesse morto. Só as suas patinhas , por vezes, parece-me que estão a tremer, para fazer de electrocardiograma e dissuadir-me de ir abaná-lo para ver se está vivo! Faz tudo isso muito depressa, consciente que o relógio não pára e que o tempo não espera por ninguém. Ao certo é que dorme o que precisa de dormir e está sempre bem-disposto – e até sabe quando quer ir dormir , o que vem dar ao mesmo. O que é que ele sabe que nós não sabemos? “Os cães são o nosso elo com o paraíso. Eles não conhecem a maldade, a inveja ou o descontentamento. Sentar-se com um cão ao pé de uma colina numa linda tarde é voltar ao Éden onde ficar sem fazer nada não era tédio, era paz.” (Milan Kundera)
A este propósito hoje lembrei-me do que disse Simone Weil “que o trabalho protege-nos do delírio”. Porque nos obriga a confrontarmo-nos com a nossa condição de humanos. Ao trabalhar, temos de nos confrontar com a realidade, com a natureza, com os outros. Trabalhar significa sempre, independentemente da profissão e das funções, fornecer esforço e vencer obstáculos. É assim que cada um de nós obtém o nosso sustento e satisfaz as nossas necessidades. “Menosprezar a inteligência é degradar o ser humano por inteiro. A forma contemporânea da grandeza verdadeira é baseada em uma civilização estabelecida sobre a espiritualidade do trabalho. “(Simone Weil)
quinta-feira, maio 13, 2021
"Irony is the most perfect expression of thought." (Florbela Espanca)
I use my memories and I remember that my maternal grandfather always told me that we should always talk to people, and that it is always worth talking to everyone, even those who do not give us the opportunity and subject us to the greatest injustices, for when we do not know people, everything we think we know about them is only and only mere assumptions, which very rarely correspond to a reality. When we talk to people, we end up, in general, liking these people and these people liking us! Perhaps because of this, we should always accept everything that life has given and gives us, and be grateful for everything we have and have. “Today my thirst for the infinite is greater than me, than the world, than everything. There is a spring in every life: it is necessary to sing it in this flowery way, because if God gave us a voice, it was to sing! And if one day I will be dust, gray and nothing that is my night a dawn, let me know how to lose ... to find me. ” (Florbela Espanca)
As we all know, (sometimes we omit them for our convenience or we think they are….) The popular sayings are loaded with wisdom, which should have a better perception for our reflection in our day to day. "It is said that the poor are not helped by giving them fish every day, but by taking a single hour to teach them how to fish." Of course, it is an adaptation of the Chinese saying, which is sometimes quoted by some economic analysts, but which is little or nothing practiced, which says “Give the man a fish and he will eat for a day. Teach a man to fish and he will eat for a lifetime. ” This ancient Chinese proverb attributed to Lao-tzu, an important philosopher from ancient China. As Barack Obama said in his 2008 campaign speech, "Change will not happen if we wait for someone else or if we wait for some other time. We are the people we have been waiting for. We are the change we are looking for."
I am not, nor have I ever considered myself a religious person, and I even recently learned that I qualify as an “emotional illiterate”, without forgetting what the writer Mário Quintana said: “The true illiterates are those who have learned to read and do not read.” But, I believe that the transcendence of believing in something that we do not see and that we do not know how to explain is one of the most fascinating experiences of human life, and this is a faith that permeates our entire existence, if we know how to care for it, in the various parameters of our life. life. All of this with regard to these difficult times that we are going through, difficult and uncertain times for everyone, when we are told that we need to avoid the street and human contact to ensure control of the Coronavirus pandemic (Covid-19). We still don't know how long this will last, but we cannot let fear occupy our lives and our minds, in these times of having hope and believing that the best days are coming. However, the fate that the biggest challenge in our lives wanted was to survive a pandemic and take a slap of humility, learning more about people and about life. As writer Jean-Paul Sartre said: “We don't do what we want and yet we are responsible for what we are. The important thing is not what they do to us, but what we do ourselves than what others have done to us. ”
“A ironia é a expressão mais perfeita do pensamento.” (Florbela Espanca)
“A ironia é a expressão mais perfeita do pensamento.” (Florbela Espanca)
Recorro às minhas memórias e lembro-me que o meu avô materno sempre me disse que devíamos sempre falar com as pessoas, e que vale sempre a pena falar com todas, mesmo com aquelas que não nos dão a oportunidade e nos sujeitam às maiores injustiças, pois quando não conhecemos as pessoas tudo o que julgamos saber sobre elas são apenas e só meras suposições, o que muito raramente correspondem a uma realidade. Ao falarmos com as pessoas acabamos, no geral, por gostar dessas pessoas e essas pessoas por gostar de nós! Talvez por isso, devemos sempre aceitar tudo o que a vida nos deu e dá, e ficarmos gratos por tudo o que tivemos e temos. “Hoje a minha sede de infinito é maior do que eu, do que o mundo, do que tudo. Há uma primavera em cada vida: é preciso cantá-la assim florida, pois se Deus nos deu voz, foi para cantar! E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada que seja a minha noite uma alvorada, que me saiba perder... para me encontrar.” (Florbela Espanca)
Como todos nós sabemos, (às vezes omitimos por ser essas a nossa conveniência ou pensamos ser….) os ditados populares são carregados de sabedoria, que deviam ter uma melhor percepção para a nossa reflexão no nosso dia a dia . “Diz-se que não se ajuda os pobres dando-lhes peixe todos os dias, mas sim tirando uma única hora para os ensinar a pescar.” É claro que é uma adaptação do ditado chinês, que é por vezes citado por alguns analistas económicos, mas que é pouco ou nada praticado, que diz “Dê ao homem um peixe e ele se alimentará por um dia. Ensine um homem a pescar e ele se alimentará por toda a vida.” Este antigo provérbio chinês atribuído a Lao-Tsé, importante filósofo da China antiga. Como disse Barack Obama no seu discurso de campanha de 2008 "A mudança não acontecerá se nós esperarmos por outra pessoa ou se esperarmos por algum outro momento. Nós somos as pessoas pelas quais esperávamos. Nós somos a mudança que buscamos."
Não sou, nem nunca me considerei uma pessoa religiosa, e até aprendi recentemente que me qualifico como um “analfabeto emocional”, sem esquecer o que disse o escritor Mário Quintana:” Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem.” Mas, creio que a transcendência de acreditar em algo que não vemos e que não sabemos bem explicar é das experiências mais fascinantes da vida humana, e essa é uma fé que perpassa toda a nossa existência, caso a saibamos cuidar, nos vários parâmetros da nossa vida. Tudo isto a propósito destes tempos difíceis que estamos a atravessar, tempos difíceis e incertos para todos, em que nos dizem que precisamos evitar a rua e o contato humano para garantir o controle da pandemia do Coronavírus (Covid-19). Ainda não sabemos quanto tempo isto irá durar, mas não podemos deixar o medo ocupar a nossa vida e as nossas mentes, nestes tempos de ter esperança e de acreditar que os melhores dias estão a chegar. Todavia, quis o destino que o maior desafio nas nossas vidas, fosse sobrevivermos a uma pandemia e levar umas bofetadas de humildade, aprendendo mais sobre pessoas e, sobre a vida. Com o disse o escritor Jean-Paul Sartre: “Não fazemos aquilo que queremos e, no entanto, somos responsáveis por aquilo que somos. O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.”
terça-feira, maio 11, 2021
世界是一本书,坐在家里的人只能读一页。 ”(圣奥古斯丁) The world is a book, and those who sit at home read only one page. ”(Saint Augustine)
The world is a book, and those who sit at home read only one page. ”(Saint Augustine)
世界是一本书,坐在家里的人只能读一页。 ”(圣奥古斯丁)
In these times, as it happened in other times, we are always so committed to discussing what divides us, that we end up dedicating little or no time to talk about what unites us. As we should all be aware, we unfortunately have to conclude, as Winston Churchill said, that "there is no public opinion, there is published opinion."
However, the reality is that despite the public virtues, private addictions remain. Men and women like us in rights and duties have been robbed of their rights and exploited in their duties. And, again in this regard, I use a phrase attributed to Winston Churchill: “All great things are simple. And many can be expressed in one word: freedom; justice; honor; to owe; godliness; hope."
Who are the companies and entrepreneurs that, in a shameful way, put us on the route of the exploitation of man by man and human trafficking? The State, in addition to appointing commissions and conducting studies, what has it done in the last 10 years in this regard? What went wrong, why and who are responsible, public and private? And, I can conclude that hypocrisy overcomes the speech of the politically correct! “It is not enough to know, it is preferable to know how to apply. It is not enough to want, you have to know how to want. ” (Johann Goethe)
Like all of us in a way, yesterday and today, without realizing it, we are placed, whether we like it or not, in the position of the prince of Machiavelli, since it seems clear that what we see today, and also yesterday, is that private life has taken on colors who were from public life, and where we are led to an ever-existing reality in which we can only learn what we already know but do not believe to accept that “our eyes are the abode of shame, and where our character is the result of our conduct." (Aristotle). Because each of us is, to a certain extent, in the condition of the Prince of Machiavelli: with more freedom than ever before, but also more insecure. It is only worth looking back to remember the great steps and to find inspiration and energy for the obstacles of the present and the future. With indignation. All together, sharing the same bank of life. “Nobody wants democracy to be perfect or flawless. It has been said that democracy is the worst form of government, except for all the other forms that have been tried from time to time. ”(Winston Churchill)
O mundo é um livro, e quem fica sentado em casa lê somente uma página.”(Santo Agostinho)
O mundo é um livro, e quem fica sentado em casa lê somente uma página.”(Santo Agostinho)
Nestes tempos, como já acontecia nos outros tempos, estamos sempre tão empenhados em discutir o que nos divide, que acabamos por dedicar pouco ou nenhum tempo a falar do que nos une. Como todos devemos ter consciência, lamentavelmente temos de concluir como disse Winston Churchill que , “não existe opinião pública, existe opinião publicada.”
Todavia, a realidade é que apesar das públicas virtudes, permanecem vícios privados. Homens e mulheres iguais a nós em direitos e deveres foram espoliados dos seus direitos e explorados nos seus deveres. E, mais uma vez a este propósito recorro a uma frase atribuída a Winston Churchill: “Todas as grandes coisas são simples. E muitas podem ser expressas numa só palavra: liberdade; justiça; honra; dever; piedade; esperança.”
Quem são as empresas e os empresários que, de forma vergonhosa, nos colocam na rota da exploração do homem pelo homem e do tráfico de seres humanos? O Estado, além de nomear comissões e fazer estudos, o que fez de concreto nos últimos 10 anos a este respeito? O que correu mal, porquê e quem são os responsáveis, públicos e privados? E, posso concluir que hipocrisia supera o discurso do politicamente correto! “Não basta saber, é preferível saber aplicar. Não é o bastante querer, é preciso saber querer.” (Johann Goethe)
Assim como todos nós de certa forma, ontem e hoje, sem nos apercebermos somos colocados, queiramos ou não, na posição do príncipe de Maquiavel, já que parece claro que o que vemos hoje, e também ontem, é que a vida privada tomou cores que eram da vida pública, e para onde somos conduzidos para uma realidade sempre existente em que só podemos aprender aquilo que já sabemos mas não cremos aceitar que os “nossos olhos são a morada da vergonha, e onde o nosso caráter é o resultado da nossa conduta.” (Aristóteles). Porque cada um de nós está, em certa medida, na condição do Príncipe de Maquiavel: com mais liberdade do que nunca antes, mas também mais inseguro. Só vale olhar para trás para relembrar os grandes passos e arranjar inspiração e energia para os obstáculos do presente e do futuro. Com indignação. Todos juntos, partilhando o mesmo banco da vida. “Ninguém pretende que a democracia seja perfeita ou sem defeito. Tem-se dito que a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que têm sido experimentadas de tempos em tempos.”( Winston Churchill)
domingo, maio 09, 2021
“De outra forma, qual o sentido disto tudo?” (Anthony Hopkins)
“De outra forma, qual o sentido disto tudo?” (Anthony Hopkins)
Todos nós, por vezes, pensamos que as nossas palavras não correspondem às nossas ideias, trata-se de uma questão de interpretação, até porque na nossa imaginação, tudo pode caber numa mão: um sorriso, um carinho ou um segredo. Nestes tempos, como nos outros, quando nos sentimos bem e em paz com nós próprios, não há esconderijo para o medo. Temos que ter a consciência de que, como disse alguém, “o mundo é composto de mudança e que a única opção impossível é ficar no mesmo sitio”, ou como escreveu Luís de Camões: “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, /Muda-se o ser, muda-se a confiança;/Todo o mundo é composto de mudança, /Tomando sempre novas qualidades.”
Nestes tempos que designamos por “tempos de pandemia” ensinou-nos grandes lições, e que agora não podemos fechar numa gaveta. Devemos, pelo contrário, prestar atenção e aprender com elas. Como disse Anthony Hopkins “quando temos uma certa idade não devemos pensar demasiado nas coisas”, e continua “nascermos é a grande patranha. Vivemos e depois morremos. Mel Blanc, o tipo que fez Bugs Bunny, disse, ‘That’s all folks!’ (Isso é tudo, pessoal!”.) Foi o seu epitáfio. Vivemos, coleccionamos coisas, pensamos que somos importantes e no fim tornamo-nos crianças outra vez.”
Por isso cada vez mais, e por cada dia que vai passando, sentimos que o mais importante, é manter algum sentido de humor e fazer com que as pessoas à nossa volta se vão rindo, sem deixar de olhar para as coisas que pensávamos serem muito importantes e podermos entender que não são tão importantes assim porque, mais tarde ou mais cedo, vamos todos morrer. E essa é a grande piada mais engraçada da nossa história e nos limites do “humor negro”. Como disse René Descartes:” “Não há nada que dominemos inteiramente a não ser os nossos pensamentos. Não existem métodos fáceis para resolver problemas difíceis.”
Talvez por isso seja melhor continuar a rir desta farsa ridícula, ou deste comportamento ardiloso que induz ao engano; a que chamamos viver a vida nestes tempos de pandemia. Temos de tentar manter sempre o nosso sentido de humor activo. Por norma, as pessoas levam-se demasiado a sério e tendem a achar que o humor tira alguma seriedade às pessoas e às situações. Mas é precisamente o contrário. Uma boa dose de humor alivia o stress, fomenta a criatividade e deixa os outros mais à vontade. Há inclusive estudos que explicam que as pessoas que têm um sentido de humor saudável e positivo tendem a ser vistas como mais agradáveis e mais confiáveis. Além de ser visto como um sinal de inteligência e um poderoso quebra-gelo. Como disse Ortega y Gasset: “Só é possível avançar quando se olha longe. Só é possível progredir quando se pensa grande. Caminhe lentamente, não se apresse, pois o único lugar ao qual tem que chegar é a si mesmo.”
sábado, maio 08, 2021
"A vida é o que fazemos e o que nos acontece."(Ortega y Gasset)
"A vida é o que fazemos e o que nos acontece."(Ortega y Gasset)
Hoje reparei que as pessoas na minha rua, rua onde se situa a moradia onde vivo há quase 40 anos, os meus vizinhos ainda praticam os usos e costumes de saudação: bom dia vizinho(a)!...Boa tarde…Boa noite! O mais interessante é que os mais jovens seguem estes exemplos – faz-nos sentir que afinal somos humanos, e que estes tempos nos ensinam sobre a vida! Na verdade, quando acordo de manhã, e começo a ler as noticias, sinto que as mesmas são sempre piores que as do dia anterior e, talvez por isso, hoje quando me interrogam.. como estou??? Não respondo que está tudo mal, mas também não digo que está tudo bem ….hoje a minha resposta é “estou como nos deixam estar” ou “estou vivo”!
Como estes tempos, que não são os nossos tempos, mudam as coisas, e se temos esperança que as coisas vão melhorar não nos devemos desgastar a pensar que vão piorar! “Nunca será tarde para buscar um mundo melhor e novo, se no empenho pusermos coragem e esperança. A pessoa que conserva a fé no passado não se assusta com o futuro.”(Ortega y Gasset)
Todos nós como seres humanos que somos , temos uma tendência natural para formar primeiro as nossas convicções e depois ir à procura dos argumentos que as justificam. Mas poucos fazemos isso com uma intensidade profunda de modo que que nunca seja tarde demais para nos reconciliarmos com o raciocínio lógico, nem para perceber que às vezes nos enganamos redondamente sobre o carácter de pessoas a quem “pretendemos” julgar ou interpretar o seu pensamento. “A cultura é uma necessidade imprescindível de toda uma vida, é uma dimensão constitutiva da existência humana, como as mãos são um atributo do homem.”(Ortega y Gasset)
Considerado como um dos livros mais importantes da última década - “Pensar, Depressa e Devagar “ de Daniel Kahneman, prémio Nobel da Economia em 2002, e um dos grandes especialistas mundiais em ciência cognitiva e nos processos de tomada de decisão, neste livro desenvolve a tese de que a nossa mente está dividida em dois sistemas: o Sistema um, que “opera automática e rapidamente, com pouco ou nenhum esforço” (daí o pensar depressa); e o Sistema dois, que “distribui a atenção pelas actividades mentais esforçadas que a exigem, incluindo os cálculos complexos” (daí o pensar devagar). Daniel Kahneman tem aplicado as suas teorias sobretudo à área da economia comportamental, e nunca se dedicou, que eu saiba, à análise do que é escrito na imprensa jornalística e do comentário político. No entanto, uma volumosa parte do seu livro é centrada no excesso de confiança e nos enviesamentos de percepção que a imprensa de hoje utiliza e manipula, ou tenta manipular a nossa maneira de pensar e de agir, pois como sabemos todas as nossas decisões tem sempre um fundo emocional por detrás e, somos levados a arriscar mais quando sentimos que vale a pena. “Não sei nada sobre como superar os outros. Só conheço a maneira de superar a mim mesmo. Enquanto se possa mexer, treine o corpo. Enquanto não se possa mexer, treine a mente.”(Código Samurai)
Não é nosso uso e costume discutir nem política nem futebol, para não exacerbar paixões desnecessariamente, porquanto prefiro manter os meus amigos (as) por perto, independentemente das suas convicções políticas ou futebolísticas, que geram não raro discussões muito agrestes, que quer sempre dispensar. No entanto quero deixar bem claro que esta é apenas e muito simplesmente uma chamada de atenção ao universo das minhas amizades para pensarem e agirem sempre com sensatez e não se deixarem ir ao sabor dos ventos do quadrante que sopra mais forte no momento e em determinado tempo. Diz a voz popular que “presunção e água benta cada um toma a que quer”, no entanto e, perseguindo o politicamente correcto, nem sempre é o mais avisado, por muito que as maiorias de influência se esforcem por inculcar na opinião pública, o que julgamos ser o mais correcto, por vezes não só nos enganamos, como somos enganados e erramos. “Não são as circunstâncias que decidem a nossa vida....É, pois, falso dizer que na vida «decidem as circunstâncias». Pelo contrário: as circunstâncias são o dilema, sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.”(Ortega y Gasset)
segunda-feira, maio 03, 2021
"Thinking is a dialogue that we have with ourselves." (prof. Eduardo Lourenço)
"Thinking is a dialogue that we have with ourselves."
(prof. Eduardo Lourenço)
There are moments in our life that we “think” to have “certain things for granted”, the reality is that from one moment to the next “things are not quite like that”, everything vanishes at a glance, we more or less stay in that state we wanted catch the wind, or we thought we could catch the wind !!! And only Fernando Pessoa's “thought” remains: “Sometimes I hear the wind pass; and just hearing the wind pass, it’s worth being born. ”
Sometimes we find ourselves leafing through a newspaper, or a book in a methodical way, so as not to lose anything, but also not to waste time. Basically, we only read what interests us. Some time ago a friend taught me that the most important thing we should learn, when reading opinion articles in newspapers, or listening to on TV or any other method, is to always ask, (find out) “with whom does he (or she) ) is talking?" “Is it with the party guys? Is it with friends? Is it with the boss? etc". It's just that there is always someone that a writer addresses. There is always someone who wants to impress. It may be just one person. Attention: it is almost always just one person. That person may be the only person who is going to read the text - or he may not even read it, but just come to know that something has been written about it. ” And so to say, almost always what seems silly and factional, vehement and dogmatic or gullible and banal, becomes clear when you realize that, perhaps, it is a “kind” of message. Or maybe even a prayer. "We are time. To understand what we are is to understand the time that we are, what the outer time, the time of history, the time of society is in us." (prof. Eduardo Lourenço)
The problem with this blind faith in a false assumption is that people, such good and serious people, sometimes tend to lose their judgment. Here, the we-against-the-world disease has been going on for a few brave years and affects everyone equally. This condition tends to worsen over time. Sometimes it seems that it gets better, but it is a fever that always comes back bad luck can break our lives but intelligence can fix it and you, “a person who fell and that I have seen in the meantime, you are the owner of a force absolute and you have an intelligence that is inspiration and also your salvation - and if you are afraid in your path, because being afraid is not always cowardice because sometimes it is only intelligence, "reads Clarice Lispector twice:" At that time of the night I knew this great fright of being alive, having as sole support only the helplessness of being alive. Life was so strong that it was supported by helplessness ”.
“Pensar é um diálogo que temos connosco próprios." (prof. Eduardo Lourenço)
“Pensar é um diálogo que temos connosco próprios."
(prof. Eduardo Lourenço)
Há momentos na nossa vida que “julgamos” ter “determinadas coisas por garantidas”, a realidade é que de um momento para o outro as “coisas não são bem assim”, tudo se esfuma num ápice, mais ou menos ficamos naquele estado que queríamos apanhar o vento, ou julgávamos que podíamos apanhar o vento!!! E só nos resta “o pensamento” de Fernando Pessoa:” Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido.”
Por vezes damos por nós a folhear um jornal, ou um livro de uma forma metódica, para não perder nada, mas também para não perder tempo. No fundo só lemos o que nos interessa. Há algum tempo um amigo ensinou-me que a coisa mais importante que devemos aprender, ao ler artigos de opinião em jornais, ou ouvir nas tvs ou qualquer outro método, é perguntar sempre, (descobrir) “com quem é que ele (ou ela) está a falar?” “É com a malta do partido? É com os amigos? É com o patrão? etc”. É que há sempre alguém a que um articulista se dirige. Há sempre alguém que quer impressionar. Pode ser só uma pessoa. Atenção: é quase sempre uma só pessoa. Essa pessoa pode ser a única pessoa que vai ler o texto – ou pode até nem ler mas apenas vir a saber que se escreveu qualquer coisa nesse sentido.” E por assim dizer que, quase sempre aquilo que nos parece disparatado e faccioso, veemente e dogmático ou crédulo e banal, torna-se claro quando se percebe que, talvez, seja uma “espécie” de recado. Ou até talvez, uma prece. "Nós somos tempo. Compreender aquilo que nós somos é compreender o tempo que nós somos, aquilo que o tempo exterior, o tempo da história, o tempo da sociedade é em nós.” (prof. Eduardo Lourenço)
O problema desta fé cega num pressuposto falso é que as pessoas, as tais boas e sérias pessoas, tendem algumas vezes a perder o discernimento. Por cá, a doença do nós-contra-o-mundo já leva uns anos valentes e atinge todos por igual. Esta condição tende a agravar-se com o tempo. Às vezes parece que melhora, mas é uma febre que regressa sempre a má sorte pode partir-nos a vida mas a inteligência pode consertá-la e tu, “pessoa que caiu e que já vi entretanto de pé, tu és dona de uma força absoluta e tens uma inteligência que é inspiração e também a tua salvação - e se tiveres medo neste teu caminho, porque ter medo nem sempre é cobardia porque às vezes é somente inteligência,” lê duas vezes a Clarice Lispector: “Naquela hora da noite conhecia esse grande susto de estar viva tendo como único amparo apenas o desamparo de estar viva. A vida era tão forte que se amparava no próprio desamparo”.