sexta-feira, abril 10, 2020

São tempos de poucas certezas e muitas incertezas!


São tempos de poucas certezas e muitas incertezas!

Nos tempos, eu diria momentos nada mais que isso, que reconhecemos bastante difíceis, há quem diga que será o maior desafio das nossas curtas vidas, porque enfrentamos algo desconhecido e nos invade um sentimento de impotência de encontrar uma solução. Há aquela sensação de dúvida, de incerteza, de não saber que rumo tomar, que escolha fazer, que caminho seguir!
Todos devíamos saber que a vida é feita de poucas certezas, mas de  repente tudo o que era certo é incerto, tudo o que era adquirido, esfumou-se, no entanto somos gratos por cada dia, porque temos a noção que há sempre quem esteja pior que nós! Cuidem-se todos para que rapidamente possamos sair disto! É o que nos apetece gritar! Mas quem nos ouve, ou melhor escuta? Ainda agora, apesar do Estado de Emergência, há muita gente, e alguns que tem, ou deviam ter, uma enorme responsabilidade técnica, na área de saúde e não só, que está mais preocupada com a sua situação pessoal do que em, contribuir para  encontrar as melhores soluções para uma catástrofe que era real, se nada se fizesse. A minha total discordância em relação a declarações, que lançam a angustia e a instabilidade  para muitos, em especial os mais velhos que as ouvem.
Como já aqui escrevi, escrevo para mim próprio, e se aqui torno publico essas minhas reflexões é por pensar que alguém pode também reflectir sobre elas – é o meu modesto e humilde contributo. No entanto ainda não  escrevi sobre como estava a viver, na qualidade de mais velho, este isolamento social imposto pela pandemia.  Tenho a noção que é um tempo que sinto estar a ser roubado à vida de  muitos que tem um futuro, teoricamente, mais curto! Como disse Ricardinho (jogador de futsal e considerado o melhor do mundo):” Que o sentido da angustia de não saber quanto tempo mais vai durar esta situação, o de  ir tomar café, ouvir o ruído das pessoas, estar com a família….tanta coisa”. A realidade do meu dia a dia, é que,   contrariamente à maior parte das pessoas da minha idade e mais velhas,  posso ver e conversar com as pessoas que me são queridas,  através do telemóvel, do   messenger ou do Whattsapp. Quantas pessoas estão privadas destas tecnologias? Certamente uma grande maioria! Deixo aqui um alerta para todos nós, que é quando as coisas começam a apertar e a vontade de desistir se torna insuportável que devemos fortalecer a nossa firmeza e determinação. Mas quero relembrar, também, que os melhores caminhos são os mais difíceis, são os que fazem a gente dar valor no que tem, no que conquistou, são os que por mais obstáculos que tenham, sempre queremos superá-los para alcançar a única certeza que temos que um dia conseguiremos: somos gratos por mais um dia!
 Podem nunca ter ouvido falar do Nietzsche, mas com certeza conhecem e aplicam as suas ideias. Uma delas, que quero agora salientar, é a de  mostrar como somos capazes de aprender e ficar mais fortes emocionalmente a partir das nossas experiências de vida, incluindo (e principalmente) as mais difíceis e dolorosas. “O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte.”(Friedrich Nietzsche)

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