“Nós vemos a palha nos olhos dos
outros e não a viga no próprio.” (Fernando Pessoa)
A gente tem todos os motivos, na nossa vida,
para optar por algo que se nos apresenta e parece maravilhoso. Nós trocamos
ideias e percebemos daí diversas vantagens. E, muitas vezes, são argumentos
consistentes e que fazem total sentido, porém, não o sentido das nossas
expectativas e como diz o povo “do nosso coração.”
Há uma frase atribuída a Francis Bacon
que exprime claramente este pensamento. “Não há comparação entre o que se perde
por fracassar e o que se perde por não tentar.” Julgamos que agimos de modo
racional, de acordo com os padrões da sociedade, mas na realidade estamos a
”enganar-nos
” e escolhemos aquilo que nos padrões da sociedade, pensamos poder
ser melhor, mas que para nossa alma não o será. Então, a gente opta pelo
emprego que paga mais, mas nos faz menos feliz. Pelos amigos que nos
proporcionam mais, mas nos fazem menos bem. Vivemos na cidade que nos basta e
não na dos nossos sonhos. Seguimos os valores impostos pela sociedade e não os
nossos próprios e genuínos, entrando numa
vida de ilusão onde a gente finge que é feliz para os outros, mas,
definitivamente, não nos sentimos como tal. “As pessoas preferem acreditar
naquilo que elas preferem que se seja verdade, esquecendo-se que a verdade surge mais facilmente do erro do
que da confusão.”( Francis Bacon)
Devemos sempre ter a noção de que
quando, na vida, uma porta se fecha para nós, há sempre outra que se nos abre.
Em geral, porém, olhamos com tanto pesar e ressentimento para a porta fechada,
que não nos apercebemos de que outra se abriu. Não devemos ter qualquer receio
de cometer erros durante a concretização dos nossos objectivos, pois os erros e
aprendizagem fazem parte do processo de construção da nossa vida. Como disse
Francis Bacon “O homem deve criar as oportunidades e não somente
encontrá-las.”
Em grande parte da nossa vida
mantemo-nos reféns ,de parte do que entendemos ser os nossos erros e sem o querermos não olhamos para os muitos desafios que pairam sobre nossas cabeças. A
vida está cheia de desafios que, se aproveitados de forma criativa,
transformam-se em oportunidades. Já Fernando Pessoa dizia que os seres humanos vivem girando em torno
do nada. Não temos ideia de qual é o nosso propósito, muito menos de como vamos
alcançá-lo. Iludimos os outros, que por sua vez estão nas mesmas condições que
nós. Para o poeta, este é o jogo da vida. Por tudo isso, não devemos depreciar
o que fazemos, por menores que os actos possam parecer. "Para realizar
grandes coisas, não devemos apenas agir, mas também sonhar; não apenas planear,
mas também acreditar”. (Anatole France.)
O que mais parece insignificante no início pode-nos dar grandes
conhecimentos e ensinamentos, assim como abrir portas. Os pequenos passos são
os mais importantes: tanto os curtos quanto o longos, altos ou baixos; com eles
estão aqueles que caminham nas trilhas que escolhemos. Fernando Pessoa abre uma
óptima porta para que possamos ter uma nova perspectiva do mundo que nos
rodeia. Porque cada vez que vemos algo por fora, cada vez que julgamos ou cada
vez que criticamos aquilo que vemos, há uma parte de nós. Não podemos julgar
alguém que critica, pois assim pareceremos o acusado. É como este provérbio:
“Quando cria um objectivo, vá até ao fim!” E no dizer de Fernando Pessoa:
“Descobri que a leitura é uma espécie de sonho escravizador, se devo sonhar
porque não sonhar os meus próprios sonhos.”
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