Se
nos dão uma segunda oportunidade de viver, temos de a agarrar com toda a força,
pois nem todos tem esse privilégio.
Mas tudo isto ainda é uma incógnita, e nem sequer
temos uma leve ideia do que realmente aconteceu e porque aconteceu? Como disse Augusto Cury, "O destino é uma questão
de escolha" . E é por isso que temos que ter a capacidade e a percepção de
fazer a escolha certa para não nos
arrependermos no futuro, sendo que a questão fundamental é e será sempre, o de não sabermos qual é de facto a “escolha
certa”?
Temos que admitir que
na vida estas coisas acontecem e sempre acontecerão. Nunca ninguém disse que
era fácil, e por isso tento sempre aprender com os meus erros e tentar melhorar
todos os dias. Para mim e certamente para muitas pessoas desistir nunca será
uma opção, embora tenhamos que reconhecer que, por vezes “cair” também nos é
permitido, mas levantar-nos é e será sempre a nossa obrigação. Mas aqui não há
segredos, só muito trabalho, muita humildade, ter paciência com as nossas
fraquezas, viver a vida sem pressas, viver os momentos, participar nas etapas,
completar os ciclos, esquecer as fraquezas e aproveitar as oportunidades, e muita perseverança. É que ainda há muito
para viver. “Talvez ele detivesse o segredo da boa vida, nunca se deter, nunca olhar
para trás, viver cada dia com impulso, vivacidade, curiosidade e disposição
adolescente. Se pensarmos que somos jovens, então talvez o sejamos, não importa
o que diga o passar dos anos”. (John Grogan)- in Marley e Eu
Como alguém já me
disse, há algum tempo atrás “ que eu talvez” , através destes escritos, “desse
a perceber que rejeito a felicidade”, o que de facto hoje eu gostaria era de
encontrar as palavras para me explicar e me defender dessa opinião ou desse
pensamento que não corresponde aquilo que eu sinto. Depois de tudo o que
aconteceu na minha vida, estou num ponto em que sei que algumas coisas se
perderam ao longo desse caminho. Eu provavelmente já não vou sentir a alegria
completa novamente, como já disse escrevo para mim próprio e se decidi tornar
publico “estes escritos” foi na convicção de que porventura “a sua leitura pode
também, até certo ponto, apoiar e ajudar outras pessoas que “passaram pelo
mesmo” - e parece até que eu “sou o único que está genuinamente bem com isso”. Nós
não podemos rejeitar a alegria de viver, nós devemos e temos de estar abertos
para o que vier, mas também, devemos encarar a nossa própria realidade. E isso já
nos parece muito melhor que negação de cada momento da nossa vida. Que nós
possamos sempre reconhecer o valor de cada despertar, que nós não percamos a
oportunidade de fazer valer a pena cada novo dia, que nós não deixemos que
coisas mesquinhas e sem conteúdo façam a “nossa cabeça”, que nós não desanimemos
perante as dificuldades e possamos
apreender que não podemos esperar até
que tudo esteja perfeito, ou até que o que nós criamos seja perfeito, ou até
que as nossas palavras “ressoem”, sejam escutadas e entendidas por todas as pessoas que nos lêem ou convivem
connosco. Se nós esperarmos por isso, vamos ficar sempre á espera!
Já alguém disse que “ nós somos feitos de palavras não ditas, e oportunidades perdidas, somos feitos de
risos, choros, fé, esperança e desespero, somos feitos de pequenas atitudes e
de pequenas lembranças que cativam o nosso sorriso e o brilho dos nossos olhos,
somos feitos apenas de incertezas e dúvidas, ser humano imperfeito
incapacitado, por vezes de ter razão, pelo simples medo de assumir o risco de
tomar uma decisão – um novo dia, outra oportunidade de viver a vida, porque não
tentar nesse novo amanhecer?”.
E porque o tempo quer queiramos ou não voa e
eu já parece que venho do fundo do tempo (o tempo que já andei para aqui chegar),
aquele abraço para todos e todas que o queiram receber, em tempo, e é por isso
que venho hoje agradecer a todos e a todas
de coração, as mensagens de apoio, que demonstram a grandeza e solidariedade “deste mar de viver a vida!
“, e que me desculpem uma referência muito especial ás minhas filhas, aos meus
genros ao meu neto e neta que no fundo são a origem e a maior causa para eu ter
de agarrar esta nova oportunidade, um privilégio que me foi dado.
“Não
estou certo de ter pensado nada de original na minha vida. Sou um fazedor de
sonhos.” (José Luis Borges)
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