OS VENDEDORES DE “BANHA DA
COBRA”!
Já não há vendedores de banha de cobra como havia dantes é
certo que hoje ainda os há e cada vez mais mas a banha é que passou a ser
diferente e diferente para pior porque a banha de cobra autêntica era mesmo
banha e a banha de hoje é tudo menos banha. De qualquer modo, o notório
vendedor da banha da cobra não é uma personagem de histórias de ficção. O
vendedor da banha da cobra existe, evoluiu, continua por aí e é muito hábil e
astuto. Todos sabemos que a banha da cobra não serve para nada, mas a convicção
que esse vendedor transmite, através de uma oratória bem estudada e
estruturada, convence muita gente sobre as capacidades infinitas da milagrosa
curandice.
Ora, fazer política como se tratasse de vender “banha da
cobra” é subverter o que ela tem de nobre no sentido de permitir aos cidadãos a
melhor escolha para dirigir a comunidade em que se inscreve essa opção. É fazer
dessa arte e ciência um tratado de peripécias para tomar o poder em que o que
se promete é apenas um meio para o alcançar e dele se servir e não para o
servir.
Vem isto
a propósito daquilo que vamos lendo e ouvindo sobre o, dito classificado “furto de material de guerra em Tancos”,
algo profundamente estranho quanto ao que é conhecido, pois de novo aparecem
versões e mais versões e sobretudo um violento ataque ao Governo. Até parece
que nunca houve furtos de material de guerra por esse Mundo fora. É triste.
Mesmo no tempo da ditadura de Salazar e Caetano havia quem fosse capaz de
chegar aos quarteis, por motivos honrosos e não para “desviar material”.
Mas já
se sabe o que aconteceu em toda a sua extensão? Mas há alguém que acredite qua
caia num jornal de “internet”, qualificado com ideólogo da “extrema direita
neoliberal” sem relevo em Espanha o rol das armas furtadas? Como se passou o
furto? O chefe de Estado-Maior do Exército disse que “se sentia humilhado”
pelas falhas dos militares e que afinal havia misseis nos paióis onde ocorreram
os furtos e não os levaram por serem pesados… Que é muito grave, se houve, de
facto, um furto desta dimensão ou apenas uma “invenção de um furto” para
esconder algo mais. Por isso temos dúvidas, mas que é preciso pesquisar,
investigar e tirar as devidas conclusões.
A PGR não
comunicou ao gabinete do Ministro da Defesa Nacional (MDN) a suspeita de roubos
de armas e ainda ninguém colocou o cargo à disposição. A inqualificável baixeza
ética dos deputados da comissão parlamentar de Defesa que passaram para a
comunicação social informação sobre o que se estava a discutir à porta fechada
não terá sido o melhor exemplo de responsabilidade democrática (não será
difícil adivinhar de que bancada terá vindo).
Um “político”
que foi primeiro ministro deste País, como Passos Coelho que cortou em todo o
lado, empobreceu os portugueses e o País, perdido na sua solidão dentro do PSD,
sai a terreiro para ganhar oxigénio e afirmar que o furto se deveu “a
cativações” – o que demonstra aquilo que já sabíamos ser um “individuo
impreparado para exercer tão alto cargo publico”, já que o sistema de cativações
é um modelo de gestão criteriosa, exigente na sua fundamentação para os
responsáveis por qualquer despesa dos meios e recursos intermédios - logo seguido pelo CDS, não vá o resultado
eleitoral de Lisboa ser mau. Sabemos que o fazem por mera sobrevivência politica, não deixa de trata-se de mera politiquice barata em que
tudo é permitido para se chegar a uma certa conclusão, mesmo antes de se fazer
o que se tem de fazer no capítulo da investigação. Afinal qual é o medo de
Passos e Cristas?
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