terça-feira, agosto 28, 2007

Será que os cidadãos tem direito a ser informados?

A autarquia defende o tratamento físico-químico privilegiado das lamas oleosas depositadas no aterro de resíduos industriais no concelho vizinho de Santiago do Cacém, em detrimento da co-incineração, que implica milhares de viagens de camião. O presidente da Câmara de Sines argumenta que o transporte destas lamas oleosas quimicas perigosas, se traduz na necessidade de realizar "16 mil viagens de camião" entre as duas localidades, divididas por uma centena de quilómetros. O autarca refere ainda que "uma instalação para tratamento físico-químico no local potencia a possibilidade de tratamento adequado de outros resíduos, o que pode ser uma mais-valia para o complexo industrial de Sines.
Qual é a localidade ?

Lamas perigosas de Sines continuam sem tratamento

“Um caso inédito”. É assim classificada, pelo presidente da câmara municipal de Sines, a exclusão de todas as propostas apresentadas para o tratamento das 140 mil toneladas de lamas oleosas, depositadas num aterro em Santiago do Cacém. No concurso público, coordenado pela comissão de análise, cuja tutela está a cargo do ministério do Ambiente, foram apresentadas quatro propostas, das quais duas diziam respeito à co-incineração e outras duas ao tratamento físico-químico no local.
O custo da co-incineração em Portugal era de 117 euros por tonelada e a co-incineração em Espanha custava 69 euros. Quanto ao tratamento físico-químico no local, as propostas rondavam uma quantia de 40 euros por tonelada. Manuel Coelho diz que “sempre defendeu o tratamento físico-químico no local”, pois desta forma “evitava-se a circulação destes resíduos industriais perigosos nas estradas”, garantindo-se um “bom tratamento e de acordo com os critérios ambientais”. Para além disso, esta proposta previa não só solucionar esta questão, mas também “tratar as lamas que se produzissem futuramente”. O presidente da autarquia lembra que “todos os dias são produzidas lamas” no complexo industrial de Sines.
Na opinião do autarca, é preciso actuar em nome da “defesa do ambiente, do interesse público e das boas práticas, com o mínimo de custos”. Para Manuel Coelho, a exclusão de todas as propostas apresentadas foi feita porque a comissão de análise “só teve em conta questões meramente administrativas e burocráticas” e conclui que se desenvolveu um processo “apenas voltado para um segmento”.
O presidente do município de Sines receia que a solução passe pela co-incineração. A refinaria de Sines, o principal produtor de lamas, está a enviar os seus resíduos para Espanha onde estão a ser tratados a um “preço mais baixo”. Manuel Coelho garante que a câmara municipal de Sines “não vai ficar quieta nem calada”, tendo já solicitado uma reunião ao ministro do Ambiente. O autarca admite mesmo levar o caso para os tribunais, isto se o processo não obtiver desenvolvimento a curto prazo.
SERÁ QUE O SEU DESTINO É A CHAMUSCA ????

quarta-feira, agosto 08, 2007

Resultados das empresas do serviço público de transporte de passageiros

  • 12,7 mil milhões de euros de endividamento , o que representou um agravamento de mais de 9,7% em relação a 2005 ou seja, mais cerca de 1,2 mil milhões de euros, isto é cerca de 4 milhões de euros, por dia. ( equivalente à construção de dois aeroportos internacionais ou do TGV e do aeroporto internacional)
  • 759,4 milhões de euros de resultados negativos em 2006 o que representou um agravamento de cerca de 11,9% em relação a 2005 ou seja estas empresas “geram por dia”, mais de 2,5 milhões de euros de prejuízos ! ( ao juntarmos este valor com o endividamento podemos concluir que a actividade destas empresas “gerem diariamente “resultados negativos de mais de 6,5 milhões de euros ! )
  • 2,1 mil milhões de euros de capitais próprios negativos, um acréscimo de 2,5% em relação a 2005, o que revela a delapidação de mais de cerca de 2,9 mil milhões de euros de capital social que a acrescer aos capitais próprios negativos perfaz cerca de 5 mil milhões !
  • 159,77 milhões de euros de indemnizações compensatórias ( + 7,0 em relação a 2005 e um acréscimo de 178,2% em relação a 2001). Acresce que as empresas privadas foram “contempladas “ com mais de 20,3 milhões de euros de indemnizações “ditas” compensatórias , um aumento de mais de 77,1% em relação a 2005 o que constitui uma “verdadeira situação escandalosa” não só tendo em conta o “acordo firmado aquando da respectiva privatização, mas também porque estas empresas já há alguns anos que estão a ser “subsidiadas pelas empresas públicas de transportes de passageiros no âmbito do sistema de repartição de receitas do sistema multimodal.
  • 162,164 milhões de euros de outros subsídios à exploração ( -2,9% do que em 2005)
  • 1,7 mil milhões de euros de custos totais ( + 10,8% do que em 2005),os custos operacionais atingiram cerca de 1,68 mil milhões de euros ( + 4,01% que em 2005)
  • 964,3 milhões de receitas totais ( +10,0% que em 2005), mas com um grau de cobertura de apenas cerca de 55,7% dos custos totais, sendo que as receitas operacionais ( + 4,1% que em 2005) atingiram cerca de 819,9 milhões de euros, sendo o grau de cobertura dos custos operacionais de apenas 64,7%.
  • Um EBITDA - Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization”- (Resultado antes de Impostos, Encargos Financeiros e Amortizações) negativo de cerca de 157, 56 milhões de euros, o que reflecte claramente a incapacidade do sector de “gerar fundos”, confirmado por um cash-flow liquido negativo de mais de 542 milhões de euros, que se agravou em mais de 14,6% em relação a 2005
  • 7,6 milhões de passageiros “ perdidos” em 2006 ( um decréscimo de 1,3% em relação a 2005) ou seja o serviço público de transporte de passageiros, em 2006, perdeu, em média, diariamente entre 21 a 25 mil passageiros
  • 13,26% que constitui a fixação dos maiores aumentos tarifários de sempre no serviço público de passageiros, o que faz que os transportes públicos em Madrid e em Barcelona sejam mais “baratos” que em Lisboa! Tudo isto sem que se conheça qualquer medida de redução de custos de exploração, de modo a inverter a situação de aumentos sucessivos sem que se desenvolva melhorias no sistema de receitas.
  • Aqui fica uma oportunidade de uma reflexão sobre o “estado real” deste sector de actividade, no caso especifico do sector de transportes públicos de passageiros ( CP, Metro, Lisboa e Porto, Carris, STCP, Transtejo/Soflusa e a Refer ).